No quadro seguinte apresentam-se, para o período de 2000 a 2004, as taxas de crescimento real do PIB e as taxas de crescimento dos proveitos operacionais do total do sector das comunicações (serviços de comunicações electrónicas e serviços postais), dos serviços de comunicações electrónicas e dos serviços postais1https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=55132.https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=55132
Taxa de crescimento | 2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004(*) |
---|---|---|---|---|---|
PIB | 3,4 | 1,7 | 0,4 | -1,1 | 1,1 |
Proveitos Sector das Comunicações | 22,5 | 19,6 | 0,8 | 2,2 | 4,5 |
Proveitos Comunicações Electrónicas | 22,2 | 21,1 | 0,2 | 1,7 | 4,8 |
Proveitos Serviços Postais | 25,4 | 7,2 | 5,8 | 6,5 | 1,9 |
(*) No cálculo das taxas de crescimento dos proveitos do sector das comunicações foram utilizadas estimativas para os proveitos de 2004.
Fonte: ICP-ANACOM, BP - Boletim económico Primavera de 2005.
As taxas registadas para o sector das comunicações mantiveram-se positivas e em níveis elevados até 2000, ano em que se deu a liberalização do serviço fixo de telefone e se atingiu um pico nos mercados de serviços móveis. Em 2001, o sector das comunicações cresceu a uma taxa média de 19,6 por cento, ligeiramente inferior à de 2000. Em 2002, o crescimento do sector, embora positivo, sofre um forte abrandamento, acompanhando a tendência de arrefecimento da economia. Em 2003, apesar de se tratar de um ano de recessão económica, a taxa de crescimento dos proveitos do sector das comunicações regista valores positivos e superiores aos do ano anterior. Em 2004, estima-se que o sector tenha crescido a uma taxa superior, em cerca de 2,3 p.p., à de 2003, continuando um ciclo de recuperação.
Até 2001 os proveitos das comunicações electrónicas registaram taxas de crescimento muito elevadas e bastante superiores às dos proveitos dos serviços postais. Em 2002 e 2003, para além duma redução significativa de ambas as taxas, verifica-se que as taxas de crescimento dos proveitos dos serviços postais foram superiores às dos proveitos de comunicações electrónicas. Estima-se que, em 2004, o crescimento dos proveitos das comunicações electrónicas tenha registado um aumento face ao ano anterior e tenha crescido a uma taxa superior à dos proveitos dos serviços postais, que terá registado um abrandamento significativo.
A evolução da contribuição do sector das comunicações para o PIB está representada no gráfico seguinte, onde se constata que o peso dos serviços de comunicações electrónicas e dos serviços postais se manteve relativamente constante no período de 2000 a 2003, situação que se prevê tenha permanecido sem alterações significativas em 2004, de acordo com as estimativas obtidas para os proveitos dos dois mercados.
Gráfico 12 - Peso do Sector das Comunicações no PIB
(clique na imagem para ver o gráfico numa nova janela)
No quadro seguinte e no correspondente gráfico apresenta-se a evolução dos proveitos operacionais do sector das comunicações entre 2000 e 2003. Os montantes apresentados incluem, além dos proveitos provenientes da prestação de serviços de comunicações electrónicas e de serviços postais, as parcelas provenientes de vendas de equipamentos, proveitos suplementares e outros ganhos operacionais. Relativamente a 2004, os valores apresentados tratam-se de estimativas do ICP-ANACOM, uma vez que à data da elaboração deste relatório não se encontravam disponíveis os dados relevantes referentes a todos operadores.
2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004(*) | Var 04/03 % | |
---|---|---|---|---|---|---|
Serviços Postais | 714,0 | 765,7 | 810,5 | 862,9 | 879,3 | 1,9% |
Comunicações Electrónicas | 5.803,1 | 7.025,8 | 7.039,8 | 7.161,1 | 7.504,3 | 4,8% |
Total |
6.517,1 | 7.791,6 | 7.850,3 | 8.024,0 | 8.383,7 | 4,5% |
Fonte: ICP-ANACOM.
(*) Valores estimados.
Unidade: 106 Euros.
Gráfico 13 - Proveitos Operacionais do sector das comunicações
(clique na imagem para ver o gráfico numa nova janela)
Pode-se constatar, como já foi referido, que o sector das comunicações manteve um ritmo de crescimento positivo, apesar de se ter verificado, em 2002 e 2003, um abrandamento no crescimento dos proveitos operacionais, que foi mais acentuado nas comunicações electrónicas que nos serviços postais.
A conjugação deste indicador com o indicador relativo ao emprego, que é apresentado a seguir, aponta para a existência de ganhos de produtividade no sector.
A evolução do emprego no sector das comunicações no período de 2000-2004 pode ser observada no quadro e gráficos seguintes.
2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004(*) | Var 04/03 | |
---|---|---|---|---|---|---|
Serviços postais | 18.908 | 19.205 | 18.203 | 17.531 | 16.809 | -4,1% |
Comunicações electrónicas | 18.481 | 18.652 | 18.125 | 15.423 | 14.722 | -4,5% |
Total |
37.389 | 37.857 | 36.328 | 32.954 | 31.531 | -4,3% |
Fonte: ICP-ANACOM.
(*) Valores estimados para as comunicações electrónicas.
Unidade: n.º de pessoas.
Gráfico 14 - Emprego no sector das comunicações
(clique na imagem para ver o gráfico numa nova janela)
O nível de emprego agregado no sector das comunicações, após um ligeiro crescimento entre 2000 e 2001 (cerca de 1 por cento), decresceu 4 por cento em 2002 e 9,3 por cento em 2003, devendo-se o decréscimo registado em 2003, sobretudo, aos serviços de comunicações electrónicas. Em 2004, estima-se2https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=55133 que o emprego total do sector tenha registado um decréscimo de 4,3 por cento. Esta variação negativa, inferior à verificada no ano anterior, reflecte reduções do emprego nos serviços postais (decresceu 4,1 por cento em 2004, depois de um decréscimo de 3,7 por cento em 2003) e nos serviços de comunicações electrónicas (terá decrescido 4,5 por cento em 2004, após um decréscimo de 14,9 por cento em 2003).
A evolução do peso do sector das comunicações no emprego nacional, apresentada no gráfico seguinte, permite concluir que tal indicador tem vindo a decrescer muito gradualmente, passando de 0,76 por cento em 2000 para 0,64 por cento em 2003, verificando-se neste último ano um decréscimo de 0,07 p.p face a 2002. Em 2004, de acordo com a informação disponível, o peso do emprego do sector das comunicações registou um ligeiro decréscimo de 0,02 p.p. face a 2003.
Gráfico 15 - Peso do sector das comunicações no emprego nacional
(clique na imagem para ver o gráfico numa nova janela)
Quanto ao montante total de investimentos efectuados no sector, que se encontra expresso no quadro e gráfico seguintes, observa-se que este agregado, que até ao ano de 2000 tinha registado uma fase de crescimento sustentado, apresenta, em geral, uma evolução pouco favorável no período de 2001 a 2003. As taxas de variação negativa registadas devem-se sobretudo ao decréscimo de investimento nos serviços de comunicações electrónicas (particularmente acentuado em 2003), que poderá ser explicado pela evolução desfavorável da conjuntura económica, que levou as empresas a tomarem medidas de redução de custos e investimentos. No período referido, com excepção de 2002, nos serviços postais registaram-se taxas de variação positiva do investimento. Em 2004, de acordo com as estimativas obtidas, prevê-se que se tenha observado um crescimento significativo do investimento total no sector, em resultado da retoma do investimento nos serviços de comunicações electrónicas, cuja evolução positiva terá superado a variação negativa do investimento nos serviços postais.
2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004(*) | Var 04/03 | |
---|---|---|---|---|---|---|
Serviços postais | 52,8 | 65,9 | 56,5 | 60,1 | 40,9 | -32,0% |
Comunicações Electrónicas | 2.159,6 | 1.640,0 | 1.554,3 | 788,3 | 978 | 24,1% |
Total | 2.212,4 | 1.705,9 | 1.610,8 | 848,4 | 1.018,9 | 20,1% |
Fonte: ICP-ANACOM.
(*) Valores estimados.
Unidade: 106 Euros.
Gráfico 16 - Investimento no sector das comunicações
(clique na imagem para ver o gráfico numa nova janela)
Como se pode constatar no gráfico seguinte, o peso total do sector das comunicações na formação bruta do capital fixo (FBCF) desceu quase 4 p.p. entre 2000 e 2003, de 6,7 por cento para 2,8 por cento. A contribuição dos dois subsectores foi muito desigual no período em análise. Enquanto o peso dos serviços postais se manteve, praticamente sem alterações, num valor muito baixo, representando cerca de 0,2 por cento da FBCF, o peso das comunicações electrónicas, embora tenha permanecido bastante superior ao dos serviços postais, baixou significativamente em 2003. Em 2004 estima-se que, face ao ano anterior, se tenha registado um ligeiro aumento da contribuição total do sector para a FBCF, decorrente de um acréscimo na contribuição das comunicações electrónicas.
Gráfico 17 - Peso do sector das comunicações na FBCF
(clique na imagem para ver o gráfico numa nova janela)
Para finalizar, apresentam-se dois quadros-resumo da evolução dos principais indicadores dos subsectores de serviços de comunicações electrónicas e serviços postais em Portugal, entre 2000 e 2004. Os valores para 2004 são estimativas do ICP-ANACOM, já que, na altura de fecho deste relatório, não estavam disponíveis todos os elementos necessários.
2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004 | |
---|---|---|---|---|---|
Proveitos Totais | 5.996,0 | 7.306,6 | 7.320,3 | 7.468,6 | 7.683,3 |
Proveitos Operacionais | 5.803,1 | 7.025,8 | 7.039,8 | 7.161,1 | 7.504,3 |
Receitas | 5.503,4 | 6.713,9 | 6.838,9 | 6.980,5 | 7.164,4 |
Custos Totais | 5.813,9 | 6.933,6 | 6.867,1 | 7.220,1 | 6.975,5 |
Custos Operacionais | 5.023,8 | 6.144,6 | 6.116,6 | 6.054,8 | 6.068,5 |
Total do Activo | 8.894,6 | 10.992,7 | 11.866,3 | 11.596,6 | 11.503,9 |
Total do Activo Fixo | 5.972,2 | 6.599,4 | 8.596,6 | 8.185,9 | 8.010,9 |
Total do Activo Circulante | 2.922,0 | 4.393,3 | 3.269,7 | 3.410,7 | 3.480,7 |
Total do Capital Próprio | 2.697,1 | 4.003,4 | 3.824,3 | 3.512,3 | 4.013,3 |
Passivo de Médio e Longo Prazo | 2.899,8 | 3.082,3 | 2.364,0 | 4.377,0 | 4.116,8 |
Passivo de Curto Prazo | 3.290,5 | 3.886,7 | 5.670,0 | 3.692,1 | 3.363,2 |
Investimento | 2.159,6 | 1.640,0 | 1.554,3 | 788,3 | 978,0 |
Nota: os valores apresentados para 2004 são estimativas do ICP-ANACOM.
Fonte: ICP-ANACOM.
2000 | 2001 | 2002 | 2003 | 2004 | |
---|---|---|---|---|---|
Proveitos Totais | 734,2 | 790,1 | 833,6 | 914,3 | 916,8 |
Proveitos Operacionais | 714,0 | 765,7 | 810,5 | 862,9 | 879,3 |
Receitas | 678,6 | 732,3 | 760,1 | 802,9 | 808,7 |
Custos Totais | 712,1 | 778,2 | 852,0 | 838,0 | 810,0 |
Custos Operacionais | 698,4 | 764,0 | 852,3 | 754,7 | 771,1 |
Total do Activo | 2.360,1 | 2.349,3 | 2.801,4 | 1.383,3 | 1.351,4 |
Total do Activo Fixo | 564,6 | 501,6 | 411,6 | 399,3 | 374,8 |
Total do Activo Circulante | 1.795,5 | 1.847,7 | 2.389,8 | 984,0 | 976,6 |
Total do Capital Próprio | 452,7 | 462,1 | 348,3 | 96,9 | 188,6 |
Passivo de Médio e Longo Prazo | 10,5 | 10,1 | 27,6 | 33,8 | 29,6 |
Passivo de Curto Prazo | 1.897,0 | 1.877,1 | 2.425,3 | 1.255,0 | 1.131,7 |
Investimento | 52,8 | 65,9 | 56,4 | 60,1 | 40,9 |
Nota: os valores apresentados para 2004 são estimativas do ICP-ANACOM.
Fonte: ICP-ANACOM.
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1 O pico do crescimento registado no ano 2000 é devido a uma alteração na base de cálculo, na qual, além dos CTT - Correios de Portugal, passaram a ser também incluídas as entidades autorizadas e ou licenciadas para a prestação de serviços postais em concorrência que,. Embora em actividade em Portugal desde 1997, não eram contabilizadas para efeitos das estatísticas do sector.
2 O número total de trabalhadores do sector das comunicações que se apresenta para 2004 foi obtido com base no nº de trabalhadores dos serviços postais, já disponível nesta data, e numa estimativa do ICP-ANACOM para o nº de trabalhadores afectos aos serviços de comunicações electrónicas, dado ainda não estarem disponíveis todos os dados relevantes para a sua determinação.