4.1. Oferta de referência de interligação (ORI)


Em 2012 o ICP-ANACOM prosseguiu o trabalho de definição de um modelo de custeio simplificado para os serviços de faturação, cobrança e risco de não cobrança, serviço de ativação de portabilidade do número e serviço de ativação da pré-seleção, não se tendo verificado qualquer alteração na ORI.

4.1.1. Preços de originação e terminação de chamadas

Os preços da proposta de referência de interligação (PRI) aplicáveis aos serviços de originação e de terminação de chamadas na rede fixa mantiveram-se inalterados em 2012, tendo-se optado por apenas introduzir alterações nos referidos preços na sequência do procedimento de análise dos mercados grossistas de originação e de terminação de chamadas nas redes fixas. Deste modo, em 2012 prosseguiu-se com a análise relativa à definição dos mercados em causa, identificação de operadores com PMS e imposição, alteração ou supressão de obrigações regulamentares ex ante, entre as quais a obrigação de controlo de preços, que no caso do mercado das terminações deverá ter em conta a Recomendação da CE sobre preços de terminação1.

Note-se que, conforme ilustrado nos gráficos seguintes, que comparam os preços nos vários níveis aplicáveis aos operadores incumbentes para a terminação e para a originação à data de 31 de dezembro de 2012 em vários países, os preços praticados em Portugal se mantiveram muito perto da média comunitária quando considerado o conjunto de Estados-Membros da UE 15.

Gráfico 3. Comparações europeias - preços de interligação fixa (originação e terminação de chamadas)

 Os preços praticados em Portugal mantiveram-se muito perto da média comunitária quando considerado o conjunto de 15 Estados-Membros da União Europeia.

Fonte: Cálculo ICP-ANACOM com base em informação da Cullen International.

Conforme se pode constatar, os preços máximos em vigor em 2012 para trânsito simples e para trânsito duplo comparam favoravelmente com a média comunitária (média comunitária simples e média comunitária sem extremos) nos diferentes horários. Caso se considere o escalão de tráfego de nível local, à semelhança de anos anteriores, os preços máximos em vigor em 2012 situam-se acima da média comunitária - vide abaixo tabela que sintetiza os desvios de Portugal relativamente aos preços médios praticados na UE 15.

 Tabela 2. Comparação dos preços de interligação em vigor em 2012 face às práticas da UE 15 (preços por minuto para uma chamada de 3 minutos - valores em cêntimos de euro sem IVA)

 

Originação

Local

Trânsito simples

Trânsito duplo

HN

HE

HN

HE

HN

HE

Preços PRI em 2012

0,54

0,35

0,67

0,42

0,78

0,49

Média UE (s/PT)

0,46

0,31

0,83

0,62

0,96

0,58

Desvio preços PRI 2012 face à média

16,4%

12,6%

-19,1%

-31,9%

-18,6%

-15,9%

Fonte: Cálculo ICP-ANACOM com base em informação da Cullen International.

Continuação. Tabela 2. Comparação dos preços de interligação em vigor em 2012 face às práticas da UE 15 (preços por minuto para uma chamada de 3 minutos - valores em cêntimos de euro sem IVA)

 

Terminação

Local

Trânsito simples

Trânsito duplo

HN

HE

HN

HE

HN

HE

Preços PRI em 2012

0,54

0,35

0,67

0,42

0,78

0,49

Média UE (s/PT)

0,43

0,30

0,83

0,60

1,06

0,64

Desvio preços PRI 2012 face à média

26,8%

18,0%

-18,9%

-30,6%

-26,5%

-23,1%

Fonte: Cálculo ICP-ANACOM com base em informação da Cullen International.

4.1.2. Preços do serviço de faturação, cobrança e risco de não cobrança do serviço de ativação da pré-seleção e do serviço de ativação da portabilidade do número

Em 2012 mantiveram-se os preços máximos dos serviços de ativação da pré-seleção, da portabilidade e do serviço de faturação, cobrança e risco de não cobrança. Adicionalmente, foi dada continuidade ao projeto de consultoria que incide nestes serviços e visa o desenvolvimento de um modelo de custeio simplificado para cada um deles. É de sublinhar que este projeto resulta da constatação de várias situações, entre as quais: i) a ocorrência de variações significativas de custos e/ou quantidades, resultando, em ambos os casos, em variações acentuadas dos custos unitários, ii) a importância de dar previsibilidade ao mercado e iii) a metodologia de análise aplicada nas revisões da PRI e que é utilizada há um tempo considerável. O projeto visa por isso colmatar as falhas identificadas através do desenvolvimento de modelos simplificados para determinar os preços máximos para os serviços de faturação, cobrança e risco de não cobrança, ativação da pré-seleção e da portabilidade do número. 

Notas
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1 Sublinha-se que, em relação ao mercado grossista de terminação de chamadas, já em 2013 foi aprovado o SPD que determina a redução dos preços de terminação nas redes fixas individuais para o valor de 0,1091 cêntimos por minuto a praticar em outubro de 2013, preço que foi fixado com base na comparação com os valores determinados pelas autoridades reguladoras nacionais que já notificaram à CE preços de terminação obtidos com base no modelo de custeio LRIC «puro», ou seja, em conformidade com a recomendação da CE de 7 de maio de 2009 sobre o tratamento regulamentar das tarifas da terminação de chamadas em redes fixas e móveis na UE (2009/396/CE).