O DVB-T2 é a evolução natural do sistema DVB-T, registando diversas melhorias (quer em termos de subportadoras COFDM (32k), quer dos intervalos de guarda, quer ainda de esquemas de modulações (256-QAM) que permitem débitos binários mais elevados), que se traduzem no aumento da capacidade de cada multiplexer, podendo passar a disponibilizar, em determinadas circunstâncias, o dobro da capacidade do DVB-T. A introdução de códigos corretores de erros mais robustos (LDPC e BCH), assim como da técnica de rotação da constelação, também representaram um salto qualitativo na preservação da integridade do conteúdo transmitido e conferem maior resiliência face à receção multipercurso.
A tabela seguinte demonstra as configurações possíveis para uma rede de DVB-T e uma rede de DVB-T2.
DVB-T |
DVB-T2 |
|
Códigos Corretores de Erros (FEC) |
Viterbi + Reed-Solomon |
LDPC + BCH |
Modulações |
QPSK, 16-QAM, 64-QAM |
QPSK, 16-QAM, 64-QAM, 256-QAM |
Intervalos de Guarda |
1/4, 1/8, 1/16, 1/32 |
1/4, 19/256, 1/8, 19/128, 1/16, 1/32, 1/128 |
Tamanho da FFT |
2k, 8k |
1k, 2k, 4k, 8k, 16k, 32k |
Portadoras Piloto Dispersas |
8% do total |
1%, 2%, 4% e 8% do total |
Portadoras Piloto Contínuas |
2,6% do total |
0,35% do total |
O gráfico seguinte efetua uma comparação entre a performance em termos de capacidade e relação sinal/ruído da norma DVB-T2 com a norma DVB-T.
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As novas características do DVB-T2 permitem ainda mitigar algumas das principais dificuldades que existiam nas redes SFN, nomeadamente com o aumento do tempo de intervalo de guarda, tornando-as mais imunes à auto-interferência e a fenómenos excecionais de propagação, com sacrifício, no entanto, da capacidade útil disponível.
Face às melhorias que o DVB-T2 oferece em relação ao DVB-T, alguns países da Europa (como por exemplo, o Reino Unido, a Finlândia, a Suécia e a Sérvia) têm vindo a adotar progressivamente esta tecnologia, nomeadamente nas redes instaladas mais recentemente.
A figura seguinte oferece uma panorâmica da adoção ou introdução da norma DVB-T2 a nível mundial, sendo de realçar, que até à data não se tem procedido à substituição de uma tecnologia por outra, pelo que o DVB-T2 tem vindo a ser introduzido em coexistência com o DVB-T, por forma a não obrigar compulsivamente os consumidores a substituírem os seus recetores.
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Fonte: DVB Fórum1
1 Disponível em DVB Worldwidehttp://www.dvb.org/news/worldwide.