3. O sector postal em Portugal


Em Portugal, ao longo de 2016, foram enviados cerca de 823 milhões de objetos postais, menos 2,7% do que em 2015 e menos 11,4% do que em 2013 (Figura 1). O decréscimo registado em 2016 é inferior à redução média anual verificada desde 2013 (-3,9%). Comparando os nove primeiros meses de 2016 com os nove primeiros meses de 2017 (informação mais recente disponível), verifica-se uma redução de 5,1% do tráfego postal total, ou seja, regista-se nos primeiros nove meses de 2017 uma queda mais acentuada do tráfego postal total do que a que vinha sendo registada.

Do total do tráfego postal, estima-se que cerca de 50% seja correio em quantidade.

Figura 1 - Evolução do tráfego postal total

Figura 1 - Evolução do tráfego postal total

Unidade: milhares de objetos.
Fonte: ANACOM.

No que diz respeito à evolução do tráfego por tipo de serviço, destaca-se que se tem vindo a verificar um crescimento no segmento dos serviços de correio expresso, embora este continue a representar uma parcela ainda pouco significativa (inferior a 10%) do tráfego do sector.

Por sua vez, continua a registar-se uma diminuição do tráfego postal não enquadrado na categoria de correio expresso, que representa a maioria do tráfego postal, a qual explica a redução registada do tráfego postal total.

Estima-se que o tráfego relativo ao serviço universal represente cerca de 85% do tráfego postal total e 90% do tráfego postal não enquadrado na categoria de correio expresso.

Em Portugal, em 2017, 90 entidades estavam inscritas no registo dos prestadores de serviços postais. Destas, 82 encontravam-se inscritas para a prestação de serviços postais fora do âmbito do serviço universal (principalmente, correio expresso), e 14 encontravam-se habilitadas para prestar serviços no âmbito do serviço universal, sendo que seis se encontravam inscritas simultaneamente para ambos os tipos de serviços.

No terceiro trimestre de 2017, estavam em atividade 11 prestadores no âmbito do serviço universal e 64 prestadores fora do mesmo (Figura 2).

Figura 2 - Evolução dos prestadores de serviços postais em atividade

No terceiro trimestre de 2017, estavam em atividade 11 prestadores no âmbito do serviço universal e 64 prestadores fora do mesmo.

Fonte: ANACOM.

Em 2016, o Grupo CTT tinha uma quota de mercado de 93% do tráfego postal total. Apenas a Geopost/DPD Group atingiu uma quota de tráfego total superior a 1% (Tabela 1). Verifica-se que, desde a liberalização do sector, os CTT perderam cerca de 3 pontos percentuais de quota de tráfego total anual. Se se considerarem apenas objetos não enquadrados no correio expresso, a quota de tráfego do Grupo CTT é superior à que consta da Tabela 1. De acordo com dados mais recentes, referentes ao 3.º trimestre de 2017, o Grupo CTT detinha uma quota de mercado ligeiramente mais baixa, de 91,7% do tráfego postal total, indiciando a manutenção da tendência de redução da sua quota de mercado.

Tabela 1 - Quotas de tráfego postal total

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

Grupo CTT*

97,1%

96,7%

95,9%

94,7%

94,5%

94,5%

93,0%

GEOPOST / DPD Group

0,7%

0,8%

0,9%

0,9%

1,1%

1,3%

1,5%

City Post

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,0%

0,2%

1,0%

Grupo Adicional

0,2%

0,2%

0,2%

0,1%

0,2%

0,3%

0,9%

Vasp Premium

0,5%

0,5%

0,6%

0,7%

0,7%

0,7%

0,8%

Notícias Direct

0,2%

0,4%

0,2%

0,5%

0,8%

0,6%

0,6%

Urbanos

0,1%

0,1%

0,2%

0,3%

0,3%

0,3%

0,4%

Iberomail

0,1%

0,1%

0,1%

0,3%

0,3%

0,3%

0,3%

TNT Express

0,1%

0,1%

0,1%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

Grupo Nacex

0,1%

0,1%

0,1%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

SDIM

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

Best Direct

0,0%

0,0%

0,1%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

Grupo SEUR

0,1%

0,1%

0,2%

0,2%

0,2%

0,2%

0,1%

General Logistics Systems

0,0%

0,0%

0,1%

0,3%

0,3%

0,3%

0,0%

Outros prestadores

0,6%

0,7%

1,1%

1,2%

0,8%

0,4%

0,5%

* Inclui CTT, CTT Expresso e CTT Contacto.
Fonte: ANACOM

É expectável que continue a verificar-se uma redução do tráfego de correspondências, relacionada, principalmente, com a intensificação de medidas de redução de custos por parte das empresas, associada à tendência de substituição dos envios físicos por comunicações eletrónicas.

Por outro lado, o desenvolvimento do comércio eletrónico tem contribuído para o aumento do número de encomendas postais. Segundo a Comissão Europeia (CE)1, no 1.º trimestre de 2016, 23% dos residentes em Portugal tinham efetuado compras ou encomendas online nos 3 meses anteriores2 (mais 6 pontos percentuais do que em 2014).

Notas
nt_title
 
1 Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias (IUTICF) realizado pelos institutos nacionais de estatística da União Europeia e harmonizado e compilado pelo Eurostat. O universo é constituído pelos agregados familiares residentes em Portugal com pelo menos um indivíduo com idade entre 16 e 74 anos. A dimensão da amostra foi de 7642 agregados domésticos. O período de referência da informação é o momento da entrevista para os dados relativos aos agregados domésticos, e o primeiro trimestre de 2016 para os dados referentes a pessoas. A amostra foi estratificada por NUTS II e dimensionada de forma a produzir estimativas representativas para Portugal e para as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.
2 Consideram-se as encomendas feitas através de website ou de aplicações de Internet. Inclui a participação em lotarias e apostas (como os jogos da Santa Casa), em aquisição de investimentos financeiros (como ações), em reservas de alojamento ou compras em leilões na Internet. Não inclui encomendas por e-mail, SMS nem MMS; produtos ou serviços obtidos gratuitamente; nem encomendas para finalidades profissionais. Questões colocadas aos inquiridos: ''Alguma vez efetuou compras ou encomendas através da Internet? Quando efetuou a última compra ou encomenda?''.