Aferição da Qualidade das Redes Móveis


O Instituto das Comunicações de Portugal (ICP) está a realizar, pelo segundo ano consecutivo, um estudo de aferição da qualidade do serviço das redes móveis GSM. Pretende-se, através da medição de três indicadores fundamentais - cobertura, acessibilidade e qualidade auditiva -, garantir o cumprimento das obrigações legais dos três operadores móveis que oferecem este serviço em Portugal (Optimus, TMN e Telecel) e, ao mesmo tempo, prestar informação relevante ao consumidor.
Os testes de avaliação da qualidade de serviço dos operadores móveis serão efectuados em todas as capitais de distrito, perfazendo um total de 30 cidades, e nos 10 eixos rodoviários nacionais mais importantes. Pela primeira vez, a área de recolha de informação é alargada às zonas suburbanas de Lisboa e Porto e às regiões autónomas (ilhas da Madeira, São Miguel, Terceira, Pico e Faial). A amostra escolhida representa cerca de 46 por cento da população portuguesa, de acordo com os dados do último recenseamento.
Os três indicadores referidos (cobertura, ou seja, a medição dos níveis de sinal; acessibilidade, traduzida na capacidade de estabelecimento de chamadas; e qualidade auditiva, que corresponde à perceptividade das conversações) serão medidos em simultâneo para os três operadores, de modo a garantir o máximo de imparcialidade e igualdade de condições de teste. Os testes serão totalmente automáticos, evitando-se a subjectividade da intervenção humana. Por último, a sua metodologia implica medidas extremo-a-extremo, isto é, as medições efectuam-se entre um ponto terminal de uma rede móvel e um ponto terminal de uma rede fixa, reflectindo de forma mais fidedigna as situações reais.
Os resultados serão classificados numa escala de 1 a 5, correspondendo 1 a Má Qualidade e 5 a Excelente. Os testes, cuja metodologia obteve o acordo dos três operadores e da Associação para a Defesa do Consumidor - DECO, tiveram início em meados de Abril, devendo prolongar-se por 11 semanas.
No final de 2000, os dados estatísticos compilados pelo ICP revelaram a existência de 6,7 milhões de assinantes do serviço móvel terrestre. Ou seja, no ano passado o número de aderentes das redes GSM cresceu 43 por cento, tendo-se registado perto de 2 milhões de novos clientes. A taxa de penetração móvel, em Portugal, é de 67 assinantes por 100 habitantes, valor que se mantém superior à média da União Europeia (62,9 por cento).
O tráfego de voz cursado através das redes móveis cresceu 4 por cento no último trimestre de 2000, face ao trimestre anterior. Também a duração média das chamadas (90,7 segundos no último trimestre de 2000, face a 89 segundos ao longo de todo esse ano e 72 segundos em 1999) e o número de chamadas (que atingiu cerca de 5400 milhões em 2000, um crescimento de 37 por cento relativamente ao ano anterior) aumentaram. O tráfego de dados, sobretudo a troca de mensagens escritas (SMS), registou de igual modo um forte aumento.
Face ao rápido crescimento do tráfego GSM, e tendo em conta as situações pontuais de saturação das redes reveladas no primeiro estudo, realizado há um ano, o ICP pretende agora reavaliar a evolução operacional destes mesmos serviços.