Plano Nacional de Numeração Introduzido com êxito


O Instituto das Comunicações de Portugal considera que a operação de introdução do novo Plano Nacional de Numeração, na madrugada do passado domingo, foi bem sucedida. Como previsto, a interrupção nas comunicações foi breve. Os problemas pontuais observados foram sendo resolvidos, a maior parte deles ao longo do próprio domingo.

Nesse sentido, merecem uma palavra de apreço todos aqueles que directa e indirectamente estiveram envolvidos neste processo. Sem as equipas técnicas dos operadores, os fornecedores de equipamentos, as forças de segurança, a protecção civil e as restantes partes activas, o êxito do novo Plano Nacional de Numeração não teria sido possível.

Em igual medida, o ICP agradece à população que, numa prova de maturidade e de confiança no organismo regulador e nos operadores, colaborou para que cenários mais pessimistas, observados noutros países, não se registassem em Portugal.

Foram igualmente cumpridos os objectivos de divulgação empreendidos por este Instituto. Na medida do que foi possível realizar, constatou-se que os portugueses se encontravam informados das alterações provocadas pelo PNN.

A operação do passado domingo foi pioneira, possivelmente a nível mundial, em termos de dimensão e complexidade.

Até hoje, o ICP manteve uma atitude de prudência em relação às conclusões a retirar da operação. Em causa estava, e convém não esquecer, o teste final a este processo, coincidente com o primeiro dia útil com um novo sistema de numeração telefónica.

Desde as primeiras horas do dia, o ICP manteve contactos com várias associações empresariais, tendo-nos sido transmitido que nenhum caso de falha nas comunicações foi registado.

Ainda assim, o Instituto das Comunicações de Portugal reitera o apelo às empresas, e especialmente àquelas de pequena e média dimensão, para que reconfigurem os seus equipamentos de telecomunicações. Só assim os problemas que ainda subsistirem serão resolvidos.

De qualquer modo, o ICP e os operadores manterão operacionais todas as linhas de apoio e informação disponibilizadas desde Junho.

Passados três dias desde que a operação foi posta em prática, é possível dizer que a eficácia técnica das redes, um indicador que mede as ligações com anomalias, está acima dos 99%. Esta percentagem, sublinhe-se, equivale ao índice normal das redes tecnologicamente avançadas. Os efeitos da operação estão já, portanto, esgotados.

Este nível de eficácia é confirmado pela reacção dos consumidores. O acesso ao 188, o número especial de avarias da Portugal Telecom, atingiu o seu "pico" às 10H30 de hoje. Desde então, o volume de solicitações para este número em nada se distingue dos níveis normais. Tal permite-nos deduzir, com satisfação, que os portugueses já distinguem uma avaria na rede de uma marcação errada.

Motivo de satisfação foi também a inexistência de qualquer interrupção do serviço fixo. Como planeado, nenhum dos 268 comutadores da Portugal Telecom teve de ser desligado. Por isso, a rede fixa rapidamente atingiu um grau de desempenho próximo do normal.

Depois de recolhidas todas as informações, é possível concluir que as comunicações dentro de cada rede funcionaram melhor do que as comunicações que implicaram interligação. Neste âmbito, foram detectados problemas localizados, nomeadamente no que às ligações móvel-fixo diz respeito, que na sua maioria foram regularizados num espaço não superior a 20 minutos, tal como previsto. Os restantes encontravam-se resolvidos até às 15 horas de ontem.

Cumpridos foram também os objectivos que nos levaram a criar sistemas alternativos de comunicação para as chamadas de emergência, através do 112. Em nenhum momento, as quatro redes disponíveis interromperam em simultâneo as ligações para este número. Isso mesmo foi confirmado pela Polícia de Segurança Pública e pela a Protecção Civil, que desde o início colaboraram com o ICP e com os operadores para evitar cenários menos bons.

Como nas redes em geral, observaram-se pequenas dificuldades nas ligações de emergência, mas todas elas foram prontamente ultrapassadas. Na rede fixa, a impossibilidade de realizar chamadas de emergência não ultrapassou os cinco minutos em Lisboa e os 15 minutos no Porto. Nas redes móveis, todos os problemas estavam definitivamente resolvidos nas primeiras horas de Segunda-feira.

Durante os últimos dias, 70% das chamadas de emergência foram iniciadas a partir de uma das três redes móveis. As alternativas delineadas pelo Instituto das Comunicações de Portugal e pelos operadores Optimus, Telecel e TMN provaram, portanto, a sua eficácia.

A resolução rápida dos problemas permitiu inclusivamente adiantar o retorno do encaminhamento normal do 112 em mais de um dia, face ao previamente estabelecido: as 24 horas de hoje. Com efeito, a Optimus e a Telecel retornaram aos procedimentos normais o encaminhamento das ligações para o 112 hoje de manhã, o que foi seguido pela TMN cerca das 15h30.

No que respeita à rede de POS da SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, as dificuldades específicas que foram surgindo foram todas resolvidas. Ontem, durante a tarde, essas dificuldades, todas elas ligadas à parametrização nas centrais, estavam praticamente resolvidas. Hoje, 98% dos POS estavam já operacionais, valor que configura uma situação de normalidade. A rede de ATM funcionou sempre a 100%.

Nas chamadas internacionais, nenhum problema foi detectado. Se por um lado, as chamadas de Portugal para o estrangeiro não sofreram qualquer alteração, por outro criaram-se alternativas de encaminhamento nas chamadas de entrada no País. Deste modo, contemplou-se a situação específica das comunidades emigrantes, garantida até o próximo 6 de Janeiro, Dia de Reis, que coincide com o final da época natalícia.