Serviço Fixo de Telefone - novos operadores com 14% do tráfego de longa distância


/ Atualizado em 24.01.2003

Os novos prestadores do Serviço Fixo de Telefone terminaram o primeiro ano da liberalização do mercado com uma quota de 14% de todo o tráfego de longa distância gerado em Portugal, concluem dados compilados pelo Instituto das Comunicações de Portugal (ICP). A longa distância, traduzida em chamadas interurbanas e internacionais, foi o principal mercado concorrencial para estes operadores, em resultado do reduzido número de acessos directos por eles instalados e do facto de as ligações locais e regionais se terem tornado elegíveis para acesso indirecto apenas a 1 de Janeiro de 2001.

A quota dos novos operadores no mercado em que desenvolveram a maior parte da sua actividade, cresceu ao longo do ano: 10,4% em Junho, 12,1% em Setembro, 14,2% em Dezembro. No final de 2000, essa quota de mercado era consubstanciada em mais de 270 milhões de minutos de tráfego. O operador histórico, por seu turno, encaminhou 1,6 mil milhões de minutos de tráfego de longa distância no mesmo período.

As chamadas internacionais originadas em Portugal constituíram o segmento de maior penetração para os novos operadores: cerca de um quinto do tráfego foi por eles encaminhado, o equivalente a 19%. O tráfego interurbano foi garantido em 12% por estes operadores. As ligações locais e regionais, possíveis apenas por acesso directo, e em virtude das razões acima enunciadas, tiveram uma reduzida representatividade para os novos operadores, que chamaram a si 0,2% deste mercado.

Analisando o tráfego por tipo de acesso, encontramos um reflexo claro deste cenário: se contabilizarmos apenas as chamadas nacionais (locais, regionais e interurbanas), concluímos que 99% de todo o tráfego foi encaminhado por acesso directo, sendo este último maioritariamente prestado pelo operador histórico, a Portugal Telecom; se contabilizarmos apenas o tráfego internacional de saída constatamos que 81% foi encaminhado por acesso directo.

No final de 2000, estavam licenciados 23 prestadores do Serviço Fixo de Telefone (SFT), dos quais 14 se encontravam em actividade. Deste total, dois prestadores prestavam serviços apenas em acesso directo (Cabovisão e Portugal Telecom), 6 apenas em acesso indirecto (Global One, Interoute, Oni Solutions, Telecel, Teleweb e TMN) e seis em acesso directo e indirecto (HLC, Jazztel, Maxitelsat, Novis, Oni Telecom e PT Prime).

A taxa de penetração do serviço fixo atingiu 43,1%, traduzindo um acréscimo de 2% face ao final de 1999 (42,3%) e a existência de cerca de 4,3 milhões de acessos telefónicos principais. Destes, necessariamente acessos directos, a quase totalidade foi garantida pelo operador histórico. Dos acessos directos instalados pelos novos prestadores, 0,3% do total, apenas 26% foram garantidos por tecnologia de Acesso Fixo Via Rádio (FWA).

Por acesso indirecto ao Serviço Fixo de Telefone entende-se a prestação de um serviço de encaminhamento de chamadas telefónicas através de um prestador com o qual o cliente não está directamente ligado. Este tipo de acesso é possível de dois modos: através da selecção chamada-a-chamada, que implica a marcação de um código (10xy) de cada vez que o utilizador pretende encaminhar uma chamada; ou através da pré-selecção de prestador, uma funcionalidade que permite a programação da linha do cliente de modo a que as chamadas elegíveis sejam encaminhadas por defeito pelo prestador seleccionado previamente pelo cliente.

O acesso directo, por seu turno, pressupõe a instalação de um equipamento no domicílio do cliente.


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