PME já estão a apostar nos serviços Over The Top e na Cloud


As PME portuguesas já estão a utilizar novas tecnologias e serviços de informação e comunicações, sobretudo os serviços over-the-top (OTT), nomeadamente o serviço de mensagens pela Internet (37,3%) e o serviço de voz sobre a Internet (27,2%). Cerca de 11,4% das PME recorrem ao cloud computing, segundo um inquérito realizado pela ANACOM para avaliar a utilização dos serviços de comunicações eletrónicas pelas pequenas e médias empresas (PME).

As empresas inquiridas consideram que, numa escala de 1 a 10, o grau de substituibilidade entre serviços OTT e serviços tradicionais na sua empresa é 5,5 e 5,2, no caso da voz móvel e da voz fixa, respetivamente.

Entre os inquiridos 89,7% subscreveram ofertas de serviços de comunicações eletrónicas em pacote. O pacote mais popular é o pacote Play com voz fixa e móvel e Internet fixa e móvel (27,2%, mais 15 pontos percentuais face a 2012). O pacote Play constituído por serviço fixo e banda larga fixa desceu para segundo lugar (20,6%). A grande maioria destas empresas subscreveu ofertas standard empresariais (84,7%). Apenas 8,8% referiram dispor de ofertas à medida.

Os clientes empresariais com serviços integrados em pacote foram os que apresentaram uma maior percentagem de reclamações, sendo também os menos satisfeitos com os seus serviços (7,38 pontos numa escala de 1 a 10). Já os que têm os serviços fora de pacote têm um nível médio de satisfação mais elevado, de 7,94 no caso da Internet móvel, 7,79 no caso da voz móvel e 7,63 no serviço fixo de telefone.

De acordo com o inquérito realizado, o grupo PT/MEO apresenta as quotas de clientes mais elevadas entre as PME. A liderança do grupo PT é mais evidente nos serviços fixos, embora as suas quotas nestes serviços apresentem uma trajetória decrescente.

O grupo NOS encontra-se na segunda posição no que respeita aos serviços fixos e serviços em pacote. A Vodafone é o 2.º maior prestador de serviços móveis e aquele que mais tem crescido nos serviços fixos.

Em 2014, a mudança de prestador entre as PME atingiu os níveis mais elevados até agora registados. A maior barreira à mudança de prestador é a fidelização. Cerca de 87% das empresas tinham um período de 24 meses de fidelização.

O inquérito constata que a penetração dos serviços de comunicações eletrónicas junto das PME varia em função dos sectores de atividade. O sector da construção, por exemplo, apresenta as mais elevadas penetrações de serviços móveis (96,6 na voz móvel e 62% na Internet móvel) e as mais reduzidas penetrações de serviços fixos (84,5% na voz e 85,3% na Internet). O sector do comércio apresenta taxas de penetração mais elevadas no fixo (96,9% no telefone e 90,1% na Internet fixa), enquanto a penetração da voz móvel desce para 87,6%. Na indústria transformadora a penetração do serviço de Internet móvel é de apenas 50,7%.

De acordo com os resultados do inquérito, a penetração do serviço fixo, do serviço móvel e do serviço de acesso à Internet entre as PME situava-se nos 93,5%, 89,3% e 93,3%, respetivamente. Apesar de apresentar níveis de penetração mais reduzidos, 54,5%, a Internet móvel foi o serviço que mais cresceu, 5,9 pontos percentuais, face a 2012.

Segundo o inquérito anual «Information and communication technologies in enterprises» do Eurostat, dirigido às empresas com 10 ou mais trabalhadores, a penetração da Internet móvel entre as empresas portuguesas é superior à média da UE, 66% contra 64%, a que corresponde a 10.ª posição no ranking. A subscrição do serviço de Internet apresenta uma taxa de penetração igual à média da UE, 97%, o que coloca o país na 16.ª posição do ranking europeu.

A generalidade dos sectores de atividade em Portugal apresenta taxas de penetração de 100%, ocupando a 1.ª posição no ranking da UE, a par de outros países. As exceções são a indústria transformadora e a construção, com taxas de penetração de 96%, e o comércio, com 99%, ocupam a 20.ª, a 17.ª e a 8.ª posição do ranking europeu, respetivamente.

Segundo o inquérito da ANACOM, as principais barreiras à adesão aos serviços de comunicações eletrónicas são a utilização de redes/serviços alternativos àqueles que usam (quem tem telefone fixo e Internet fixa não tem interesse em ter voz e Internet móvel) e «não existir necessidade/interesse em aderir aos serviços».

Este inquérito, que é realizado de dois em dois anos, foi efetuado em novembro e dezembro de 2014 e envolveu a realização de 3000 entrevistas junto das empresas com menos de 250 trabalhadores, que têm sede em Portugal.


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