A 36.ª reunião do Comité Consultivo (CC) da EUTELSAT IGO decorreu em Paris (França), a 23 de outubro de 2015, naquela que foi a sua primeira reunião após a nomeação do novo CC, que teve lugar na 39.ª Assembleia de Partes (AP) realizada em abril. O Comité nomeou Piotr Dmochowski-Lipski (Polónia) para assumir a presidência.
Estiveram presentes nesta reunião todos os 7 Estados que integram o CC, ou seja, Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Polónia, Portugal - que participou em simultâneo como Presidente da Assembleia de Partes (AP) - e Suíça. A Croácia e o Azerbaijão participaram na qualidade de observadores.
As Partes foram informadas pelo Secretário Executivo (SE), Christian Roisse (França), que a Eutelsat SA teria, a partir de março de 2016, um novo Chief Executive Officer (CEO), Rodolphe Belmer, que assume já em dezembro as funções de adjunto do atual CEO, Michel de Rosen. Este continuará, contudo, na companhia, mas na qualidade de presidente não-executivo.
O SE da EUTELSAT IGO reportou as atividades que decorreram desde a última reunião do CC, realizada em fevereiro, até à atualidade, em particular quanto à supervisão da companhia Eutelsat S.A., sob monitorização da IGO, e cuja situação financeira continua a assegurar as condições com vista ao cumprimento dos Princípios de Base. Uma das novidades a assinalar prende-se com a parceria entre a Eutelsat SA e o Facebook, que assinaram um acordo com a Spacecom de forma a utilizar futuramente a capacidade do satélite AMOS-6 para aumentar o acesso à internet em África, continente bastante deficitário na oferta de banda larga.
O SE informou o CC relativamente à atual estrutura acionista do grupo Eutelsat, que não regista alterações significativas desde a AP39. O BPI France Participations (ex-FSI) mantém-se como acionista principal, detendo 26,03% da companhia. O fundo soberano chinês (China Investment Corporation - CIC), o segundo maior acionista, tem uma quota de 6,84%. Cerca de dois terços das ações da Eutelsat encontram-se dispersas em bolsa.
O CC notou os resultados financeiros entre julho de 2014 e junho de 2015, ano em que a Eutelsat SA registou receitas de 1476 milhões de euros, equivalentes a um crescimento de 4%, em linha com os objetivos definidos pelo grupo. No mesmo período, a margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da companhia manteve-se estável nos 76,7%, refletindo lucros substanciais da ordem dos 1132 milhões de euros, com um backlog de 6,2 biliões de euros. Também a relação dívida/EBITDA da companhia continuou a progredir, situando-se em 30 de junho deste ano em 2.85:1, abaixo do limite de 3.75:1 fixado na Letter-Agreement assinada, em 2 de setembro de 2005, entre o operador e a IGO. As aplicações de vídeo continuam a estar na origem da maior parte (63%) das receitas do grupo.
Michel Azibert, CEO-adjunto e responsável pela área comercial e de desenvolvimento da Eutelsat S.A., representou a companhia na reunião, tendo, conforme habitual, feito uma apresentação sobre a situação e resultados financeiros da mesma. O responsável referiu o acordo assinado em julho de 2015 entre o grupo Eutelsat, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Airbus Defence and Space para o desenvolvimento do “Eutelsat Quantum”, o primeiro satélite software-driven, ajustável aos novos requisitos comerciais e capaz de operar em qualquer geografia. Até ao final do ano, o operador planeia lançar 2 novos satélites, 2 satélites em 2016 e um novo satélite em 2017. A Eutelsat S.A. pretende apostar nos mercados em desenvolvimento, onde as perspetivas de crescimento são maiores, designadamente em África, na América Latina e, sobretudo, na Ásia. A companhia, o primeiro operador europeu e o terceiro maior mundial, detém atualmente uma frota de 39 satélites geo-estacionários, que oferecem serviços de comunicações a 2/3 da população do planeta.
No respeitante às interferências dos satélites da Eutelsat com origem no Médio Oriente, o SE informou que a situação, à exceção de um pico com origem na Etiópia, entre maio e junho, tem registado melhorias significativas, que se devem tanto ao desanuviar das relações entre o ocidente e o Irão como às medidas adotadas pela União Internacional das Telecomunicações (UIT), bem ainda como às aplicações que previnem o jamming, já introduzidas em agosto, aquando do lançamento do satélite Eutelsat 8 West B, e a estender a novos satélites em desenvolvimento. Por esse motivo, a companhia tenciona passar a divulgar estes relatórios com menor periodicidade, numa base semestral, se esta tendência se mantiver.
Por proposta da Polónia e do Luxemburgo, que defendem um maior nível de detalhe, o CC decidiu debater, na sua próxima sessão, a estrutura do seu relatório. Portugal e a Suíça mostraram alguma reticência à necessidade desta revisão, tendo Portugal sugerido que aquelas duas Partes apresentem uma proposta mais concreta.
A próxima reunião do CC foi agendada para 18 de março de 2016.
