Estudo sobre a evolução dos acessos à Internet em Portugal


ANACOM realizou um estudo sobre a evolução dos acessos à Internet em banda larga em Portugal (incluindo acessos fixos e acessos móveis por placas à Internet), medida a partir dos débitos ascendentes e descendentes e da latência. Neste âmbito, foram realizadas análises desagregadas por destino do servidor e por nível geográfico (por concelhos, grupos de concelhos e distritos).

Para realizar este estudo, foram adquiridos à Ookla os resultados dos testes efetuados por endereços IP de Portugal, desde meados de 2006 (data a partir da qual passou a haver testes de endereços IP de Portugal) até ao final de 2014, o que corresponde a 29,2 milhões de testes efetuados, quer por acessos residenciais e empresariais, quer por acessos fixos e dos acessos móveis com placas.

Segundo os resultados da análise efetuada, verificou-se que:

a) Ao nível dos testes realizados com base em servidores localizados em Portugal, entre meados de 2007 (data a partir da qual começaram a estar disponíveis servidores localizados em Portugal) e o final de 2014:

  • O débito descendente médio obtido nos acessos fixos residenciais aumentou sete vezes, enquanto nos acessos móveis por placa aumentou treze vezes;
  • O débito ascendente médio obtido nos acessos fixos residenciais aumentou catorze vezes e nos móveis por placa, vinte e cinco vezes;
  • A latência média obtida diminuiu em cerca de um terço, tanto nos acessos fixos residenciais como nos acessos móveis por placa;
  • A melhoria nos valores registados para os parâmetros supramencionados verificou-se em todos os distritos analisados e nas regiões autónomas, nos acessos fixos e móveis; no caso dos acessos fixos residenciais, as melhorias foram mais nítidas ao nível das regiões mais populosas, isto é, com população superior a 100 000 habitantes;
  • Ao nível regional, os testes realizados permitem inferir uma maior infoinclusão em zonas do interior do país e com baixa densidade populacional, já que, ao longo do período a que os dados se referem, se começaram a registar testes nessas zonas e ou aumentou o número de testes efetuados;

b) Ao nível dos testes realizados com base em servidores localizados no estrangeiro, comparando os anos de 2008, 2011 e 2014, verificou-se uma melhoria nos valores registados para os parâmetros medidos a partir do sítio da Speedtest na Internet.

Sem prejuízo, importa referir que, tratando-se de uma amostra auto selecionada (não aleatória), os resultados obtidos apresentam enviesamentos, não sendo possível garantir a sua representatividade. De acordo com os resultados de um inquérito realizado pela Marktest, entre agosto e outubro de 2014, em Portugal, apenas ¼ dos inquiridos com acesso à Internet haviam utilizado ferramentas de medição dos acessos à Internet, sendo que cerca de 40% dos inquiridos usaram esses serviços por sentir haver problemas de ligação, 39% para confirmar a velocidade contratada da sua nova oferta e 24% por curiosidade sobre a velocidade contratada.

Note-se que, desde o final de 2013, a ANACOM disponibiliza aos utilizadores de Internet o serviço NET.medehttps://netmede.pt/ que permite testar os acessos fixos e móveis, assim como o traffic shaping.


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