Decorreram de 28 a 30 de janeiro de 2019, no Instituto de Telecomunicações, no campus da Universidade de Aveiro, os testes experimentais da fase final do “Estudo sobre o modelo de partilha de espectro Licensed Shared Access (LSA)”, promovido pela ANACOM e que conta com a participação de diversos parceiros.
Equipa que participou nos testes em Aveiro
Os parceiros da ANACOM neste estudo são:
- Operadores móveis: MEO, NOS, Vodafone Portugal;
- Operadores de televisão: RTP, SIC, TVI;
- Indústria: Huawei, Nokia e Fairspectrum;
- Investigação e desenvolvimento (I&D): Instituto de Telecomunicações (IT).
Este projeto-piloto pretende avaliar, do ponto de vista prático, a implementação do modelo LSA, na faixa dos 2,3 - 2,4 GHz, à luz da realidade portuguesa, tendo sido, para o efeito, criado um demonstrador tecnológico para prova de conceito.
Neste âmbito, e com a colaboração de todas as entidades participantes, foi implementada uma rede piloto de testes, em Aveiro, composta por:
- 2 estações de base (eNode-B’s) da NOS e MEO, com a tecnologia LTE-TDD da Nokia e Huawei;
- 2 protótipos de dispositivos de sensorização avisadores da necessidade de libertação de espectro para utilizações prioritárias (de operadores incumbentes, no caso português, os operadores de televisão), de tecnologia 100% nacional, desenvolvidos pelo IT;
- 2 sistemas de emissão e receção de ligações hertzianas digitais de vídeo, da RTP e TVI, e respetivos sistemas de captação de som e imagem e de monitorização de operações;
- Rede core de testes da NOS, controlada pelo seu centro de gestão e suporte de operações (localizado na Póvoa de Santo Adrião);
- 1 controlador e repositório LSA da Fairspectrum (localizados na Irlanda e Finlândia);
- Terminais móveis (smartphones) e respetivos cartões SIM, disponibilizados pela NOS e MEO, configurados para esta rede piloto de testes.
Num ambiente de salutar e estreita colaboração entre todos os parceiros, foi testado com sucesso o protótipo do dispositivo de sensorização e aviso, revelando-se fundamental num hipotético cenário de implementação do modelo LSA em Portugal.
Foram efetuadas, com sucesso, chamadas entre terminais móveis, usando esta rede piloto e, além disso, verificou-se que todos os mecanismos de controlo implementados funcionaram conforme esperado, nomeadamente, o desligamento da rede móvel, sempre que o operador de televisão assinalou, com o auxílio do protótipo desenvolvido pelo IT, a sua intenção de utilizar o espectro até então ocupado pela rede móvel, bem como o religamento da rede móvel assim que as operações televisivas cessaram.
Os dados recolhidos estão agora a ser cuidadosamente analisados para que possam ser, em breve, disponibilizados.
Atendendo a que os paradigmas de utilização espectral, no médio longo prazo, tenderão a privilegiar mais a partilha de espectro entre os vários sistemas de radiocomunicações como um princípio e não como uma exceção, deverão ser encontradas soluções tecnológicas e regulamentares que permitam a sua implementação. É neste contexto que a ANACOM, antecipando tais desafios tecnológicos, se encontra a promover testes com o modelo de partilha LSA.
Durante a última reunião do Grupo de Política do Espectro de Radiofrequências (RSPG) – grupo consultivo de alto nível, que assiste e aconselha a Comissão Europeia (CE) nas questões ligadas à política do espectro de radiofrequências –, que decorreu em Bruxelas, a ANACOM deu a conhecer este projeto piloto e a evolução dos trabalhos em curso.
Este projeto piloto também foi objeto de notícia https://www.etsi.org/newsroom/news/1571-etsi-licensed-shared-access-specifications-for-a-trial-in-portugal-to-support-5g-deployment?fbclid=IwAR3azS0lM1lj4g2cgzIWua4F3isDondUhm-zUAbqZ8S_7bMlFpFNmpx140I no site do Instituto Europeu de Normas de Telecomunicações (ETSI).
