Tráfego de comunicações eletrónicas cai mas continua acima do período pré-COVID-19


A ANACOM estima que o tráfego de comunicações eletrónicas na semana de 29/03/2020 tenha diminuído face à semana anterior, encontrando-se ainda significativamente acima do registado no período pré-COVID-19.

Em relação à semana anterior, estima-se que o tráfego de voz tenha diminuído cerca de 9%, e o tráfego de dados 11%. No entanto, o tráfego de voz foi 34% superior ao registado no período anterior ao início das medidas de proteção de contágio de COVID-19, e o tráfego de dados foi 35% superior ao verificado nessa altura (cf. quadro em baixo).

De acordo com a informação disponível, mantêm-se as alterações nos padrões de utilização dos serviços de comunicações eletrónicas identificadas na semana anterior. Ou seja, um significativo crescimento do tráfego de voz fixa (+96%), que contrasta com a redução verificada em anos anteriores (em 2019 este tipo de tráfego diminuiu 15%), a redução do peso relativo da voz móvel (que cresce menos que a voz fixa), o crescimento do tráfego de banda larga fixa (+36%), e um aumento menos significativo do tráfego de dados móveis (+20%).

Variação face ao período pré-COVID19

Voz móvel

Voz fixa

Voz

Dados móveis

Dados fixos

Dados

22/03/2020

41%

94%

47%

24%

54%

52%

29/03/2020

25%

96%

34%

20%

36%

35%

Variação face a semana anterior

Voz móvel

Voz fixa

Voz

Dados móveis

Dados fixos

Dados

22/03/2020

41%

94%

47%

24%

54%

52%

29/03/2020

-11%

1%

-9%

-3%

-11%

-11%

(*) Estimativa da ANACOM com os dados mais recentes reportados até 29.03.2020 pelos 3 maiores operadores

Pandemia faz subir testes com NET.mede

Relacionado com o maior consumo de dados que se tem registado nas últimas semanas está o aumento do número de testes para verificar a velocidade do acesso à Internet, móvel e fixo, através do NET.medehttps://netmede.pt/. Entre janeiro e 29 de março, o número médio diário de testes à velocidade efetuados com o NET.mede (através de browser) praticamente triplicou.

O aumento mais notório deu-se a partir de 12 março, o dia seguinte à declaração de pandemia pela OMS. Antes existia uma média diária de 1500/2000 testes por dia, que subiu para cerca de 4500 testes diários nos últimos dias do período em análise. Nos acessos móveis a subida foi de 300 para 1000 testes diários.

Entre janeiro e 11 de março, o período do dia com maior afluência de execução de testes situava-se entre as 18 horas e as 22 horas, no caso dos acessos fixos residenciais. No final do período em análise essa afluência passou a verificar-se mais cedo, entre as 15 e as 19 horas. Este resultado refletirá, entre outros, o efeito do teletrabalho e ensino à distância. Nos acessos móveis, os testes foram maioritariamente realizados entre as 18 e as 22 horas, até 11 de março, passando para um comportamento mais homogéneo ao longo do dia, nos últimos dias do período analisado, muito embora não tenha havido alteração das horas de pico.

Releva-se que a região de Lisboa e Vale do Tejo foi a que registou um maior número médio diário de testes. Nos acessos residenciais fixos atingiu 1694 testes por dia, na semana de 23 a 29 de março, mais 149% que no período pré-pandemia. Nos acessos móveis foram feitos nessa semana 481 testes diários, mais que duplicando face ao período pré-pandemia.

Os concelhos do País que registam um maior número de testes, antes e após o anúncio de pandemia, em acessos fixos e móveis, são Lisboa, Porto e Vila Nova de Gaia.


Consulte: