COVID-19 continua a impulsionar o aumento do tráfego de voz e de Internet móvel no 3.º trimestre de 2020


No 3.º trimestre de 2020 (3T2020) o impacto da pandemia de COVID-19 continuou a contribuir para o elevado crescimento do tráfego de voz, que aumentou 13,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

As alterações dos padrões de consumo decorrentes do impacto da COVID-19 tiveram igualmente forte impacto no número de minutos de conversação por acesso de voz móvel, que atingiram, em média, 236 minutos por mês, mais 31 minutos (+15,4%) que em igual período do ano anterior. Estima-se que o impacto específico da pandemia tenha provocado um aumento de 6,9% do tráfego médio por acesso. A duração média das chamadas foi de 183 segundos por chamada, mais 24 segundos (+14,8%) que em igual período do ano anterior.

Por tipo de chamada, o elevado crescimento verificado no tráfego de voz em minutos foi sobretudo resultado do aumento do tráfego off-net (+18,3%) e on-net (+11,9%). Registaram-se igualmente aumentos significativos no tráfego móvel-fixo (+22%), e com destino a números curtos e não geográficos (+18,3%). O tráfego com destino a redes internacionais diminuiu 30,7% face a igual período do ano anterior, influenciado pelos efeitos da pandemia.

Relativamente ao tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel (BLM), registou-se um aumento de 25,6% face ao 3T2019. O crescimento verificado é explicado pelo aumento da intensidade de utilização do serviço.

Verificou-se igualmente o aumento, em 25,1% face ao período homólogo, do tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel. Cada utilizador de banda larga móvel consumiu, em média, 5,3 GB por mês. O tráfego médio mensal gerado através de PC/tablet/pen/router atingiu os 23,6 GB (+40,1%). O efeito sazonal associado ao verão e, adicionalmente, o eventual impacto da COVID-19 e das ofertas promocionais lançadas pelos prestadores de maior dimensão no 2T2020, contribuíram igualmente para a evolução ocorrida, especialmente no caso das ofertas suportadas em PC/tablet/pen/router.

No final do 3T2020, a penetração do serviço móvel ascendeu a 165,7 por 100 habitantes. Caso se considerem apenas os acessos móveis com utilização efetiva1 (excluindo machine-to-machine - M2M), a taxa de penetração em Portugal seria de 119,4. Por outro lado, se se excluíssem os acessos afetos exclusivamente a serviços de dados e acesso à Internet (cartões associados a PC/tablet/pen/router), a penetração dos serviços móveis seria de 114,2 por 100 habitantes. A penetração de acessos móveis comercializados em pacote ou com serviços prestados em local fixo foi de 46 por 100 habitantes (pacotes convergentes).

O número de acessos móveis habilitados a utilizar o serviço totalizou 17,1 milhões. Destes, 12,3 milhões (72% do total) foram efetivamente utilizados. Excluindo o número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis ascendeu a 11,8 milhões.

O número de assinantes que efetivamente utilizaram o serviço diminuiu 226 mil assinantes (-1,8%), em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. A evolução verificada é explicada pela evolução dos planos pré-pagos (-10% nos últimos 12 meses), que estão em queda desde 2013, e que representam agora 38,7% do total de acessos efetivamente utilizados. Os planos pós-pagos e híbridos (+4,2% nos últimos 12 meses), mantiveram a tendência de crescimento que se tem verificado desde 2012. Esta tendência está associada ao continuado aumento da penetração dos pacotes que integram o serviço telefónico móvel.

No 3T2020, a penetração da Internet móvel foi de 78,5 por 100 habitantes, -0,2 pontos percentuais (p.p) do que no 3T2019. O número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet fixou-se em 8,1 milhões (-0,1% que em igual período do ano anterior).

A diminuição do número de utilizadores é explicada pelo facto do crescimento do número de utilizadores de Internet no telemóvel (+0,1%) não ter sido suficiente para compensar a redução do número utilizadores do serviço de acesso à Internet através de PC/tablet/pen/router (-3,3%). A evolução verificada poderá ter sido influenciada pelas alterações de comportamentos associadas à pandemia de COVID-19.

Em 2019, surgiram dois novos prestadores de serviços (T-Mobile HotSpot e GmbHP Cubic Telecom Limited) que oferecem o serviço de acesso móvel à Internet em automóveis. No final do 3T2020, o número acessos efetivamente utilizados para acesso a este serviço era pouco expressivo (77 utilizadores ativos), tendo gerado cerca de 308 GB de tráfego no trimestre.

No que respeita ao tráfego de roaming, este registou um decréscimo em todos os tipos de tráfego face a igual período do ano anterior, destacando-se o tráfego de Internet (-25,4% no caso do roaming in e -25,2% no caso do roaming out). O tráfego de Internet vinha crescendo a taxas superiores a 50% nos últimos 5 anos, e registou agora, pelo segundo trimestre consecutivo, taxas de crescimento negativas face ao trimestre homólogo. A queda registada em todos os tipos de tráfego de roaming in e roaming out terá resultado da quebra de viagens internacionais decorrentes da situação de pandemia.

A MEO - Serviços de Comunicações e Multimédia (MEO) foi o prestador com a quota mais elevada dos acessos móveis ativos com utilização efetiva (40,6%), seguida da Vodafone Portugal – Comunicações Pessoais (Vodafone) com 30,2%, da NOS Comunicações (NOS) com 26,4% e da NOWO Communications (NOWO) com 1,6%. Face ao período homólogo, a quota de acessos móveis da NOS aumentou em 1,4 p.p., tendo a quota da MEO e da Vodafone diminuído 1,2 p.p. e 0,3 p.p., respetivamente.

Destaca-se o crescimento da quota de subscritores da NOWO (+0,3 p.p.), que foi o prestador que mais cresceu em termos relativos. Esta evolução está associada ao lançamento, no 1T2020, de ofertas com preços significativamente mais baixos do que as alternativas disponíveis. 

No caso das quotas de subscritores de acesso à Internet em banda móvel, a quota da MEO foi de 38,5%, seguindo-se a NOS com 30,1%, a Vodafone Portugal com 29,0% e a NOWO/Onitelecom com 2,1%. No 3T2020 a quota da NOS aumentou 1,6 p.p., passando este prestador a ocupar a segunda posição neste ranking. A quota de subscritores da MEO aumentou 0,2 p.p. enquanto que a quota da Vodafone diminuiu 2,3 p.p. A NOWO/Onitelecom foi o prestador que mais cresceu em termos relativos, pelas razões já apontadas.

A NOS detém a quota mais elevada de tráfego de Internet em banda larga móvel (45,2%), seguida da MEO e da Vodafone (28,0% e 26,3%, respetivamente). Face ao mesmo período do ano anterior, a quota da NOS aumentou 2,9 p.p. As quotas da Vodafone e da MEO diminuíram 1,8 p.p. e 1,2 p.p., respetivamente.

Resumo gráfico: Serviços móveis - 3.º trimestre de 2020.

Notas
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1 Acessos móveis ativos, incluindo por exemplo, planos de assinatura, planos de minutos, planos de mensalidades convertíveis em tráfego, etc., que se encontram habilitados a utilizar um dos serviços contratados e que efetivamente utilizaram um dos serviços contratados no período de reporte.

Consulte o relatório estatístico: