Tráfego de voz e de Internet móvel cresce em 2020


No final de 2020, o tráfego de voz móvel aumentou 16,4% face a 2019. A evolução ocorrida no tráfego de voz em minutos foi influenciada pela COVID-19. Estima-se que, por efeito da pandemia, o tráfego médio por acesso móvel tenha crescido 11,9% em 2020.

O número de minutos de conversação por acesso de voz móvel foi, em média, de 238 por mês, mais 34 minutos (+16,4%) que em 2019. A duração média das chamadas foi de 196 segundos por chamada, mais 35 segundos (+21,9%) que no ano anterior.

Por tipo de chamada, o elevado crescimento verificado no tráfego de voz em minutos foi sobretudo resultado do aumento do tráfego off-net (+23,3%) e on-net (+13,3%). Registaram-se igualmente aumentos significativos no tráfego móvel-fixo (+21,4%) e com destino a números curtos e não geográficos (+17,5%). O tráfego com destino a redes internacionais diminuiu 21,8% face a 2019, influenciado pelos efeitos da pandemia.

O tráfego de Internet em banda larga móvel (BLM) aumentou 28,1% face a 2019. O crescimento verificado é explicado sobretudo pelo aumento da intensidade de utilização do serviço. O tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel aumentou 24,3% face ao período homólogo. Cada utilizador de BLM consumiu, em média, 4,8 GB por mês. O tráfego médio mensal gerado através de PC/tablet/pen/router atingiu os 22,3 GB (+42,5%). O efeito sazonal associado ao verão e, adicionalmente, o eventual impacto da COVID-19 e das ofertas promocionais lançadas pelos prestadores de maior dimensão no 2.º trimestre de 2020, contribuíram igualmente para a evolução ocorrida, especialmente no caso das ofertas suportadas em PC/tablet/pen/router.

Os acessos móveis habilitados a utilizarem o serviço totalizaram 17,2 milhões, dos quais 12,4 milhões (72,1% do total) foram efetivamente utilizados. Excluindo o número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis ascendeu a 11,9 milhões. O número de assinantes que efetivamente utilizaram o serviço diminuiu 62 mil assinantes (-0,5%) em comparação com o ano anterior. A evolução verificada é explicada pela evolução dos planos pré-pagos (-7,3% nos últimos 12 meses), que estão em queda desde 2013 e que representam agora 38,5% do total de acessos efetivamente utilizados. Os planos pós-pagos e híbridos (+4,3% nos últimos 12 meses) mantiveram a tendência de crescimento que se tem verificado desde 2012. Esta tendência está associada ao continuado aumento da penetração dos pacotes que integram o serviço telefónico móvel.

No final do 2020, a penetração do serviço móvel ascendeu a 166,6 por 100 habitantes. Caso fossem apenas considerados os acessos móveis com utilização efetiva (excluindo machine-to-machine - M2M), a taxa de penetração em Portugal seria de 120, valor que desceria para 115,1 por 100 habitantes se se excluíssem os acessos afetos exclusivamente a serviços de dados e acesso à Internet (cartões associados a PC/tablet/pen/router). A penetração de acessos móveis comercializados em pacote com serviços prestados em local fixo foi de 46,9 por 100 habitantes (pacotes convergentes).

O número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet fixou-se em 8,1 milhões, menos -0,5% que no final do ano anterior, para o que terá contribuído a redução da mobilidade associada à pandemia de COVID-19. Estima-se que, por efeito da pandemia, o número de utilizadores de Internet móvel tenha diminuído 4,2% em 2020. Caso não tivesse ocorrido a pandemia, o número de utilizadores de Internet móvel teria aumentado 7,3% face ao ano anterior.

No que respeita ao tráfego de roaming, este registou decréscimos em todos os tipos de tráfego face ao ano anterior, destacando-se o tráfego de Internet (-26% no caso do roaming in e -17,3% no caso do roaming out). O tráfego de Internet vinha crescendo a taxas superiores a 50% nos últimos 5 anos.

O grau de cobertura do tráfego em minutos de roaming in por roaming out foi de 89%. Nos últimos 5 anos a balança de roaming (roaming in – roaming out) foi superavitária apenas em 2017. Pelo contrário, no caso do acesso à Internet, o tráfego em roaming in é substancialmente mais elevado que o tráfego em roaming out. Em 2020, o volume de tráfego em roaming in foi 3,4 vezes superior ao tráfego em roaming out.

Relativamente às quotas dos prestadores em acessos móveis com utilização efetiva, a MEO viu a sua quota diminuir 1,3 pontos percentuais para 40,6%, seguida da Vodafone que manteve a quota em tornos dos 30,2%, e da NOS cuja quota subiu 1 ponto percentual para 26,4%. A quota da NOWO subiu 0,3 pontos para 1,7%, associada ao lançamento de ofertas com preços significativamente mais baixos do que as alternativas disponíveis.

No caso das quotas de subscritores de acesso à Internet em banda larga móvel, a quota da MEO subiu 0,2 pontos para 38,6%, seguindo-se a NOS com 30,5%, mais 1,3 pontos percentuais do que no período homólogo, a Vodafone com 28,4%, menos dois pontos percentuais, e a NOWO/Onitelecom subiu a sua quota em 0,5 pontos, para 2,2%.

A NOS detém a quota mais elevada de tráfego de Internet em banda larga móvel, que subiu 3,2 pontos percentuais para 45,8%. Segue-se a MEO com 27,5%, menos 0,8 pontos, e a Vodafone, com 26,3%, menos 2,4 pontos percentuais face ao período homólogo.

Resumo gráfico: Serviços móveis em 2020


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