Em ano de utilização intensiva das redes e serviços, ANACOM recebe menos notificações de incidentes de segurança


O ano de 2020, atingido pela pandemia de COVID-19, foi atípico em termos de disrupção sanitária e social e foi muito exigente em termos de acesso às tecnologias e à conectividade. Num ano em que as redes e serviços de telecomunicações registaram fortes acréscimos de utilização, o número de incidentes ocorridos e a duração média anual do tempo de indisponibilidade de serviço atingiram os valores mais baixos de sempre.

Em 2020, observou-se uma redução significativa do número total de incidentes de segurança notificados à ANACOM pelas empresas de redes e serviços de comunicações eletrónicas: 64 incidentes de segurança, menos 20% do que no ano anterior e o valor mais baixo registado desde 2015, como ilustrado no Gráfico 1.

Gráfico 1 - Valor anual de incidentes de segurança notificados durante 2015-2020

Gráfico 1 - Valor anual de incidentes de segurança notificados durante 2015-2020.
 
Unidade: número de notificações
Fonte: ANACOM

Da totalidade dos incidentes notificados em 2020 conclui-se que 59% foram devidos a falha no fornecimento de bens ou serviços por terceiros, designadamente falhas no fornecimento de energia elétrica ou de avaria em circuitos alugados. Destacam-se ainda as ocorrências devido a acidente ou fenómeno natural, que ascendem a 22% do total dos incidentes reportados; a manutenção ou falha de hardware ou de software, responsáveis por 16% dos incidentes; e os ataques maliciosos que originaram 3% dos incidentes.

Em 2020, a maioria das notificações teve impacto em dois ou mais serviços de comunicações eletrónicas acessíveis ao público. De acordo com as notificações recebidas, a telefonia fixa foi o serviço mais vezes afetado, com 88% do total de notificações recebidas; seguindo-se a telefonia móvel, com 70%; e a Internet móvel, com 33% do total de notificações.

Durante os últimos seis anos verificou-se que os três serviços mais afetados foram, em ordem decrescente (Gráfico 2): telefonia fixa (70%), telefonia móvel (57%) e Internet móvel (45%). A Internet fixa, a TDT e a TV por subscrição foram serviços afetados em respetivamente 29%, 23% e 20% das notificações recebidas.

Gráfico 2 - Distribuição dos incidentes de segurança notificados para cada tipo de serviço afetado, 2015-2020

Gráfico 2 - Distribuição dos incidentes de segurança notificados para cada tipo de serviço afetado, 2015-2020.
 
Unidade: % de incidentes de segurança
Fonte: ANACOM

Dos 27 incidentes de segurança que foram notificados devido ao impacto sobre o número de assinantes/acessos afetados (patamares), nove foram abrangidos pela obrigação de divulgação ao público pelas empresas MEO, NOS e NOWO/ONI.

De realçar também o agravamento da situação em 2020 no que concerne aos incidentes que condicionaram os utilizadores de contactarem os centros de chamadas de emergência utilizando o número de emergência 112. De facto, 32 incidentes de segurança notificados em 2020 (ou seja 50% do total) registaram impacto no acesso aos Centros de Atendimento do 112 dos Postos de Atendimento de Segurança Pública (em 2019 esse impacto apenas tinha sido verificado em 31 dos incidentes reportados, ou seja, em 39% do total).

Releva-se que ainda em 2020, a ANACOM reportou à Comissão Europeia e à Agência Europeia para a Segurança das Redes e da Informação (ENISA), três incidentes de segurança, os quais excederam o limiar de reporte à escala da UE, com base na duração de um incidente e no número relativo de assinantes/acessos afetados (em 2019 este valor foi de oito incidentes de segurança).


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