Após a conclusão do leilão de frequências do 5G e de outras faixas relevantes, no final de 2021, importa disponibilizar um primeiro balanço sobre o desenvolvimento observado nas redes móveis de última geração, conhecida por 5G.
No que respeita ao número de estações de base já instaladas no território nacional com tecnologia 5G, o número total, de acordo com a informação reportada à ANACOM até ao final do 1.º semestre de 2022, ascende a 2918 estações espalhadas por 198 concelhos (64% dos concelhos no país) e 859 freguesias (28% das freguesias no país).
Figura 1 – Concelhos com estações 5G
A NOS foi o operador que até ao momento instalou um maior número de estações 5G, 1937 estações (66%), seguindo-se a Vodafone com 534 estações (18%) e a MEO com 447 estações (15%).
Apesar desta evolução, se considerarmos o número total de estações existentes (2G, 3G, 4G e 5G), observamos que a NOS é o operador com menor número de estações, 10 267 estações (27% do total), sendo o primeiro lugar ocupado pela Vodafone, com 14 684 estações (38%), e o 2.º lugar pela MEO com 13 779 estações (36%).
Figura 2 - Quantidade de estações 2G, 3G, 4G e 5G por operador
Note-se que muitas das estações de 2G, 3G, 4G e 5G de cada operador estão localizadas num mesmo local, pelo que importa analisar o número total de locais em que cada operador possui estações. Assim, observa-se que a Vodafone tem estações em 5019 locais, a MEO em 4883 locais e a NOS em 3553 locais.
Figura 3 - Quantidade de Locais com Estações por Operador
A grande maioria das estações 5G, 79% do total, correspondendo a 2316 estações, localiza-se em Áreas Predominantemente Urbanas. Apenas 11% (325 estações) estão instaladas em Áreas Mediamente Urbanas e 10% (277 estações) em Áreas Predominantemente Rurais.
Figura 4 - Quantidade de estações 5G por tipologia de áreas urbanas e rurais
A análise da distribuição das estações 5G pelas freguesias do país, tendo em consideração a sua densidade populacional, permite concluir que apenas 13% do total (372 estações) estão instaladas em freguesias de baixa densidade.
Figura 5 – Distribuição das estações 5G por tipologia de freguesias
Apesar da grande maioria das estações 5G estar instalada em freguesias que não são de baixa densidade, apenas cerca de metade dessas freguesias dispõem já de estações 5G.
Figura 6 - Freguesias que não são de baixa densidade com e sem estações 5G
No caso das freguesias de baixa densidade, a esmagadora maioria ainda não dispõe de estações 5G, 86% do total (1479 freguesias). Apenas 14% do total (250 freguesias) dispõem já de estações 5G.
Também no caso das freguesias das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, a proporção daquelas que não dispõem de estações 5G é muito elevada, 88% do total, ou seja, 185 freguesias. Apenas 25 freguesias (12%) dispõem já de estações 5G.
Figura 7 - Freguesias de baixa densidade com e sem estações 5G
Figura 8 - Freguesias das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira com e sem estações 5G
De acordo com a informação disponível, estima-se que até ao final de maio, o tráfego cursado em redes 5G represente cerca de 5,3% do total de tráfego de dados móveis.
Tendo em vista uma melhor caracterização da situação do 5G no país, a ANACOM levou a cabo um vasto conjunto de medições em todos os concelhos do território nacional, incluindo Regiões Autónomas. As medições, feitas com a app NET.mede, decorreram maioritariamente junto aos paços do concelho de cada município, tendo ainda sido feitos alguns testes adicionais nas deslocações efetuadas. No total foram realizados, entre maio e junho, 1682 testes em que foi indicada, pelo sistema operativo do equipamento, a presença de 5G.
Figura 9 – Valores médios observados na totalidade dos testes 5G
O valor médio destes testes realizados em todo o país, em termos de velocidade de download, situou-se em 306 Mbps, ou seja, um valor superior em 244 Mbps ao observado nos testes 4G e superior em 68 Mbps ao observado em testes de Banda Larga fixa. No caso da Banda Larga fixa foi considerado o valor constante do relatório do NET.mede relativo ao 1.º trimestre deste ano.
Em termos de velocidade de upload observou-se um valor médio de 44 Mbps, ou seja, um valor superior em 24 Mbps ao observado nos testes 4G, mas inferior em 61 Mbps ao observado nos testes de Banda Larga fixa.
O valor médio em termos de latência situou-se em 26 ms, menos 9 ms do que o observado nos testes 4G, mas mais 9 ms face ao observado nos testes de Banda Larga Fixa.
Os melhores resultados em termos de velocidade de download (valor médio dos testes) foram observados no concelho de Estarreja, com 871 Mbps; seguindo-se o concelho da Moita, com 715 Mbps; e Vizela, com 690 Mbps.
Ranking |
Concelho |
Velocidade download |
1 |
Estarreja |
871 |
2 |
Moita |
715 |
3 |
Vizela |
690 |
4 |
Évora |
686 |
5 |
Pombal |
683 |
6 |
Póvoa de Varzim |
676 |
7 |
Albufeira |
665 |
8 |
Leiria |
659 |
9 |
Vila Real |
651 |
10 |
Faro |
636 |
Em termos de velocidade de upload, o melhor resultado, 127 Mbps, foi também registado no concelho de Estarreja; nos concelhos de Portimão e Caminha observou-se o segundo melhor desempenho, com 111 Mbps.
Ranking |
Concelho |
Velocidade upload |
1 |
Estarreja |
127 |
2 |
Portimão |
111 |
3 |
Caminha |
111 |
4 |
Chamusca |
110 |
5 |
Albufeira |
102 |
6 |
Miranda do Corvo |
93 |
7 |
Almada |
82 |
8 |
Cartaxo |
86 |
9 |
Mirandela |
85 |
10 |
Castro Marim |
84 |
No que respeita à latência, os melhores resultados em termos de menores latências foram registados em Almeirim, com 13,8 ms; seguindo-se Torres Novas, com 14,3 ms; e Santarém com 14,5 ms.
Ranking |
Concelho |
Latência (ms) |
1 |
Almeirim |
13,8 |
2 |
Torres Novas |
14,3 |
3 |
Santarém |
14,5 |
4 |
Marinha Grande |
14,8 |
5 |
Miranda do Corvo |
15,0 |
6 |
Tomar |
15,0 |
7 |
Sesimbra |
15,1 |
8 |
Batalha |
15,2 |
9 |
Santa Comba Dão |
15,2 |
10 |
Torres Vedras |
15,3 |
De acordo com os testes de 5G efetuados, observam-se situações bastante díspares quanto às características do acesso ao 5G disponível dos concelhos do país que já dispõem de estações.
Esta informação reflete exclusivamente os testes realizados, não sendo representativa da generalidade dos utilizadores de cada região.
Importa referir que a informação agora divulgada não é suficiente para, por si só, aferir o cumprimento das obrigações de cobertura ou de desenvolvimento de rede que impendem sobre os operadores que adquiriram espectro no leilão.