Serviços de comunicações eletrónicas - segmento não residencial 2021



Sumário Executivo

79 prestadores a operar no segmento não residencial e 49 de forma exclusiva

No final de 2021, estavam presentes três entidades de dimensão relevante no mercado não residencial de comunicações eletrónicas em Portugal: MEO, Grupo NOS e Vodafone. Para além destas entidades, existiam mais de 74 entidades de menor dimensão que ofereciam serviços de comunicações eletrónicas retalhistas no segmento não residencial e que operavam em segmentos geográficos ou ofereciam serviços específicos, das quais 49 atuavam exclusivamente neste segmento, com destaque para Onitelecom, Dialoga, BLU, AR Telecom, Colt Telecom e Vonage.

MEO lidera nos clientes não residenciais

Entre os principais prestadores de serviços de comunicações eletrónicas1, a MEO detinha a quota de assinantes mais elevada de voz fixa (54,1%), Internet fixa (49,7%), TVS (52,7%), STM (38,5%) e ofertas comercializadas em pacote (50,1%)2. O Grupo NOS detinha a segunda quota mais elevada na TVS (29,3%) e no STF (24,6%) e a terceira maior no STM (23,6%) e na BLF (22,2%). A Vodafone foi o segundo maior prestador de STM (37,2%) e na BLF (26,5%) e o terceiro maior prestador de STF (17,4%) e na TVS (16,5%).

Características das ofertas comerciais não residenciais standardizadas semelhantes às das ofertas residenciais

Entre as ofertas não residenciais recolhidas, a velocidade máxima de download da BLF era de 10 Gbps, sendo superior à velocidade máxima oferecida atualmente no segmento residencial (1 Gbps). No entanto, as características da generalidade das ofertas comerciais não residenciais assemelham-se às das ofertas residenciais.

27% dos subscritores são não residenciais

No final do 1S2021 os subscritores não residenciais dos principais serviços de comunicações eletrónicas representavam 27,4% do total de subscritores, enquanto os subscritores residenciais representavam 72,6%3.

Por serviço, cerca de um quarto dos acessos ao STF eram referentes a utilizadores não residenciais, assim como 15,5% dos utilizadores do SAI em local fixo, 10,8% do total de assinantes da TVS, 19,5% dos acessos móveis à Internet e 18,0% dos acessos móveis efetivamente utilizados.

Os clientes não residenciais de redes de alta velocidade (RAV) representavam 14,7% do total de clientes e os subscritores de serviços comercializados em pacote não residenciais representavam 12,5% do total de subscritores em pacote.

Outros serviços registaram um peso do segmento não residencial superior ao do residencial, como é o caso dos acessos móveis à Internet através de PC/tablet/pen/router (50,8%) e dos acessos Machine-to-Machine - M2M (99,6%).

Penetração da Internet foi de 84% entre as microempresas e de 96% entre as pequenas empresas

Segundo a Comissão Europeia (CE), com base no inquérito amostral Information and Communication Technologies in Enterprises, em Portugal, a penetração de Internet entre as microempresas foi de 84% e no caso das pequenas empresas foi de 96%. A quase totalidade das médias e grandes empresas tinham acesso à Internet. Entre as empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço, a penetração de banda larga fixa foi de 95% (1 p.p. acima da média da UE27).

A penetração de banda larga fixa em Portugal ficou acima da média da UE27 em quase todas as dimensões empresariais e na maioria dos sectores de atividade.

Relativamente à banda larga móvel, cerca de 69% das empresas com 10 ou mais pessoas ao serviço dispunham deste serviço, um valor inferior à média europeia (72%).

Peso de acessos não residenciais muito diversificado geograficamente

A proporção de utilizadores não residenciais dos principais serviços de comunicações eletrónicas varia consoante a localização geográfica. Em termos absolutos é visível um maior número de utilizadores não residenciais no litoral norte e centro do país. No entanto, no que se refere à proporção destes utilizadores no total, a dispersão geográfica é bastante diferente, atendendo à demografia e ao número de empresas existente em cada concelho.

No que se refere aos acessos STF, no final de 2021 cerca de um em cada quatro concelhos de Portugal (44 em 308) apresentaram uma proporção de utilizadores STF não residenciais acima da média nacional.

Caso se considerem os acessos SAI, 177 concelhos (em 308) registaram uma proporção de acessos não residenciais acima da média nacional. Considerando os clientes de redes de alta velocidade, este valor aumenta para 194 concelhos.

Intensidade digital das empresas portuguesas abaixo da média da UE, exceto na utilização de tecnologias de inteligência artificial

Em 2021, cerca de 62% das empresas portuguesas com 10 ou mais pessoas ao serviço tinha página na Internet ou sítio próprio (-16 p.p. que a média da UE27), 59% das empresas utilizaram comunicações digitais como estratégia de ligação a clientes, fornecedores ou parceiros de negócios (-1 p.p. que a média da UE27), 35% das empresas adquiriram serviços cloud computing (-7 p.p. que a média da UE27) e cerca de 10% das empresas referiram analisar big data (-3 p.p. que a média da UE27), 23% das empresas utilizavam equipamentos Internet das Coisas (Internet of Things - IoT), i.e., dispositivos ou sistemas interconectados que podem ser monitorizados ou controlados remotamente através da Internet (-6 p.p. que a média da UE27). A exceção foi a utilização de tecnologias de Inteligência Artificial (17%), onde Portugal ficou na 2.ª posição no ranking da UE27, apenas ultrapassado pela Dinamarca.

Cerca de 1 em cada 5 empresas portuguesas com 10 ou mais pessoas ao serviço registaram um Índice de Intensidade Digital “alto” ou “muito alto”. Portugal posicionou-se 1 p.p. abaixo da média da UE27.

Acessos fixos não residenciais com uma taxa de crescimento anual superior à verificada no segmento residencial

Em 2021, o crescimento relativo do número de utilizadores do segmento não residencial foi superior ao verificado no segmento residencial nos principais serviços fixos.

O número de acessos não residenciais do STF (1,3 milhões) aumentou 3,0% face ao ano anterior (1,8% no caso dos acessos residenciais), do SAI em local fixo (668 mil) aumentou 4,4% (3,6% nos acessos residenciais) e da TVS (471 mil) aumentou 5,4% (2,7% nos acessos residenciais). Os clientes não residenciais de serviços de alta velocidade (568 mil) aumentaram 11,4% em 2021 (8,1% no caso dos clientes residenciais).

Em 2021 registou-se um aumento da utilização de serviços mais avançados pelas empresas, embora de forma menos expressiva por comparação com os últimos 5 anos. O número de clientes de Serviço de Transmissão de Dados (STD) aumentou 5% face ao ano anterior e o número de acessos de Elevada Qualidade alugados a clientes retalhistas aumentou 3,8%.

79% dos acessos à Internet não residenciais são de alta velocidade

Cerca de 79% dos acessos à Internet não residenciais4 dispunham de velocidades de download iguais ou superiores a 30 Mbps e para 71% dos acessos a velocidade era de pelo menos 100 Mbps. Estas percentagens eram inferiores à percentagem de acessos residenciais com estas velocidades (93% e 86%, respetivamente). Cerca de 5% do total de acessos não residenciais dispunham de velocidades iguais ou superiores a 1 Gbps.

Tráfego médio mensal superior no segmento não residencial (308 minutos de voz móvel, 54 minutos de voz fixa e 6,3 GB de Internet móvel)

No 1S2021 o tráfego em minutos de comunicações de voz fixa de clientes não residenciais representava 40,5% do total, correspondendo, em média, a 54 minutos mensais por utilizador (mais 3 minutos que nos clientes residenciais) e a 2 minutos e 37 segundos por chamada (inferior aos 6 minutos e 17 segundos registados no segmento residencial).

Um quarto do tráfego de voz móvel foi gerado por clientes não residenciais (23,1% dos minutos e 26,6% das chamadas) resultando num tráfego de voz médio mensal por acesso móvel de 308 minutos (mais 83 minutos que os clientes residenciais) e numa duração média por chamada de 3 minutos (inferior aos 3,6 minutos registados nos clientes residenciais).

Clientes de STD registaram tráfego médio mensal de 1,3 TB

O tráfego de Internet móvel gerado por acessos móveis de clientes não residenciais representava 24,1% do total do tráfego de Internet móvel (17,8% no tráfego apenas por telemóvel e 37,3% no tráfego através de PC/tablet/pen/router). Cada acesso móvel de clientes não residenciais gerou, em média, 6,3 GB de tráfego de Internet, enquanto os acessos de clientes residenciais geraram em média 4,8 GB.

Os clientes de Serviços de Transmissão de Dados, suportados em outras tecnologias (Frame Relay, IP MPLS, Ethernet, etc.), tendencialmente empresas de maior dimensão, registaram um tráfego médio mensal de 1,3 TB em 2021, mais 27,4% que no ano anterior.

25% do total de receitas retalhistas resultam de serviços prestados a clientes não residenciais

Entre janeiro de junho de 2021, as receitas retalhistas obtidas junto de clientes não residenciais dos principais dos serviços de comunicações eletrónicas5 atingiram 430 milhões de euros, representado cerca de 25% do total de receitas de serviços prestados a clientes finais.

Quase metade das receitas de clientes não residenciais resultou de serviços móveis (45% do total de receitas), seguindo-se as receitas dos serviços comercializados em pacote (27%) e as receitas de serviços fixos individualizados (26%). No segmento residencial esta distribuição foi significativamente diferente, 32%, 58% e 9%, respetivamente.

Em termos de receita média por utilizador, no caso dos pacotes de serviços, a receita média gerada por um utilizador não residencial foi superior à gerada pelos utilizadores residenciais (35,9 euros/mês face a 34,1 euros/mês, respetivamente).

No que se refere à distribuição por prestador das receitas retalhistas de clientes não residenciais dos principais dos serviços de comunicações eletrónicas, a MEO detinha a maior percentagem (39,5%), seguida da Vodafone (34,1%), do Grupo NOS (26,2%) e da NOWO (0,2%)5. Por tipo de serviço, a MEO registou a maior percentagem de receitas não residenciais nos serviços fixos (49,6%) e nos serviços em pacote (49,4%), e a Vodafone nos serviços móveis (47,3%).

Serviços de Comunicações Eletrónicas -  Segmento Não Residencial 2021

Notas
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1 As quotas dos serviços móveis e pacotes referem-se ao final do 1S2021 e incluem apenas os principais operadores de serviços de comunicações eletróncias. As quotas do STF, BLF e TVS referem-se ao final de 2021.
2 STF - Serviço telefónico fixo; STM - Serviços telefónico móvel; BLF - Banda Larga Fixa; TVS - Serviço de distribuição de sinais de distribuição de TV por subscrição.
3 De acordo com a informação reportada pelos quatro principais prestadores de comunicações eletrónicas.
4 De acordo com a informação reportada pelos quatro principais prestadores de comunicações eletrónicas no 1S2021.
5 Receitas retalhistas reportadas pelos quatro principais prestadores de comunicações eletrónicas. Não inclui receitas de acessos de elevada qualidade e de serviços de transmissão de dados.