Em agosto de 2022, os preços das telecomunicações, medidos através do respetivo grupo do Índice de Preços do Consumidor (IPC), não se alteraram face ao mês anterior.
Em comparação com o mês homólogo do ano anterior, os preços aumentaram 1,8%, influenciado sobretudo pelo aumento de preços implementados pela MEO, NOS e Vodafone em abril de 2022. Este crescimento dos preços das telecomunicações foi 7,2 pontos percentuais (p.p.) inferior ao verificado pelo IPC.
A taxa de variação média dos preços das telecomunicações nos últimos doze meses foi de 1,8%, ou seja, 3,5 p.p. abaixo da registada pelo IPC (5,3%).
Por subgrupo, de acordo com o Eurostat, a taxa de variação média dos últimos doze meses foi de 3,8% e 0,2% nos serviços em pacote e nos serviços telefónicos móveis, respetivamente.
Em agosto de 2022, a taxa de variação média dos últimos doze meses dos preços das telecomunicações em Portugal foi superior à verificada na União Europeia (UE) (+1,3 p.p.). Portugal registou a 6.ª variação de preços mais elevada (22.ª mais baixa) entre os países da UE. O país onde ocorreu o maior aumento de preços foi na Polónia (+5,0%) enquanto a maior diminuição ocorreu na Eslovénia (-4,5%). Em média, os preços das telecomunicações na UE aumentaram 0,5%.
Por subgrupo, a taxa de variação média dos últimos doze meses dos preços dos serviços em pacote e dos serviços telefónicos móveis em Portugal foi 2,3 p.p. e 0,6 p.p. superior à média da UE, respetivamente.
Numa perspetiva de longo prazo e em termos acumulados, os preços das telecomunicações cresceram 12,3% desde o final de 2010 enquanto o IPC cresceu 20,1%. Entre 2015 e 2019, a variação acumulada dos preços das telecomunicações foi superior à variação acumulada do IPC devido aos “ajustamentos de preços” efetuados pelos principais prestadores. Em 2019, a diminuição da divergência entre os dois índices deveu-se, sobretudo, à entrada em vigor do Regulamento (UE) 2018/1971 do Parlamento Europeu e do Conselhohttps://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1464937 que impôs um preço máximo às chamadas e SMS internacionais intra-UE.
Caso não tivesse ocorrido a redução de preço das chamadas intra-UE, estima-se que os preços das telecomunicações teriam crescido 16% desde o final de 2010, encontrando-se, em termos acumulados 4,1 p.p. abaixo da variação do IPC neste período.
A partir do final de 2021, o IPC passou a crescer a um ritmo superior aos preços das telecomunicações.
Entre o final de 2009 e agosto de 2022, os preços das telecomunicações em Portugal aumentaram 10,3%, enquanto na UE diminuíram 9,8%.
Uma análise comparativa mais fina, permite constatar que, entre o final de 2009 e agosto de 2022, os preços das telecomunicações diminuíram 12,3% na Croácia, enquanto na Eslovénia, no Chipre e em Portugal aumentaram 1,9%, 2,3% e 10,3%, respetivamente.
As mensalidades mínimas são oferecidas pela NOWO em oito casos de um leque de 13 serviços/ofertas, enquanto a MEO e a Vodafone apresentaram as mensalidades mais baixas para quatro e dois tipos de serviço/ofertas, respetivamente.
Em termos homólogos, verificaram-se 3 serviços/ofertas com aumentos de preços e 4 com diminuições. Sobressaem as seguintes variações de preços:
- A mensalidade mínima da TVS aumentou 7,6%, devido à descontinuação das ofertas de TVS single play da NOS.
- A mensalidade mínima da BLF diminuiu 4,2%, devido à oferta da primeira mensalidade do serviço base da NOWO.
- A mensalidade mínima do STM com Internet aumentou 43,8%, devido à eliminação da oferta da MEO (oferta Uzo) com uma mensalidade de cinco euros.
Em relação ao mês homólogo do ano anterior, e por prestador, a MEO aumentou a mensalidade de dois serviços/ofertas e diminuiu a mensalidade de três serviços/ofertas (aumentou a mensalidade base das ofertas 4P suportadas em rede ADSL ou satélite em dois euros, mas passou a oferecer a primeira mensalidade em ofertas 4P e 5P). Por sua vez, a NOS aumentou a mensalidade mínima de um serviço/oferta em relação ao mês homólogo do ano anterior, enquanto a NOWO diminuiu a mensalidade de um serviço/oferta (oferta da primeira mensalidade do serviço base de banda larga fixa single play).
De acordo com o estudo “Worldwide mobile data pricing 2022” desenvolvido pela Cable.co.uk, no 2.º trimestre de 2022, Portugal era o 4.º país da UE27 com o preço médio de 1 GB de dados móveis mais elevado, 76,5% acima da média.
Analisando apenas as ofertas mais baratas em cada país, Portugal ocupava a 3.ª posição do ranking da UE27 dos preços mais elevados. O preço de 1 GB da oferta mais barata em Portugal era cerca de 107,8% superior à média das ofertas mais baratas da UE27.
Consulte o relatório estatístico:
- Evolução dos preços das telecomunicações - agosto de 2022 https://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1729139