ECC PT1 - Mainz


/ Atualizado em 26.07.2006

Realizou-se em Mainz (Alemanha), de 2 a 4 de Junho, uma reunião da equipa projecto PT1 do Comité de Comunicações Electrónicas (ECC), o grupo responsável por todos os assuntos sobre a evolução futura do IMT-2000 e sistemas para além do IMT-2000. Este PT tem a seu cargo a coordenação das contribuições europeias e suas posições relativas às questões de espectro, regulamentares e de partilha/compatibilidade no âmbito do WP8F do Sector das Radiocomunicações da União Internacional das Telecomunicações (UIT-R) e, em particular, a preparação das posições europeias nos item 1.4 e 1.9 da próxima Conferência Mundial de Radiocomunicações (WRC07).

Como habitualmente, os trabalhos decorreram em três subgrupos paralelos (Assuntos de Espectro, Partilha/Compatibilidade e Serviços/Mercado). Destacam-se seguidamente os assuntos mais relevantes da reunião:

Assuntos relativos ao espectro

Em resposta ao 5º mandato da Comissão Europeia, está em preparação o relatório da Conferência Europeia das Administrações de Correios e Telecomunicações (CEPT) e uma decisão ECC. Quanto ao relatório CEPT, será enviada uma versão interina ao ECC, em Junho, com vista à sua aprovação, para posterior encaminhamento à Comissão Europeia, até Novembro. Está também em desenvolvimento a decisão ECC, dependente ainda de algumas discussões no PT1, em particular as relacionadas com a determinação das frequências centrais de cada portadora. Esta decisão deverá estar finalizada em Março de 2005. De acordo com a figura abaixo, está em discussão a largura - e a canalização detalhada - da faixa correspondente à multiplexagem por divisão na frequência (FDD) e à multiplexagem por divisão no tempo (TDD).

Largura - e a canalização detalhada - da faixa correspondente à multiplexagem por divisão na frequência (FDD) e à multiplexagem por divisão no tempo (TDD).
(Clique na imagem para ver a figura numa nova janela)

Nesta reunião foi decidido que a faixa ''B+C'' será canalizada posteriormente (eventualmente através de outra decisão ECC) e não no âmbito da decisão que está a ser preparada em resposta ao mandato 5. Por agora, restará pois definir a largura da faixa ''B+C'', ou seja, se o FDD (internal) deverá ser  2x60, 2x70 ou 2x80 MHz. O relatório interino considera as vantagens e desvantagens relativas a cada uma das alternativas.

A maioria dos países, entre os quais Portugal, revelaram que seria preferível, por agora, a identificação de 2x60 MHz. Se por um lado a identificação de 2x80 MHz para FDD corresponde à identificação ''imediata'' da maior quantidade de espectro (para FDD), é certo que condiciona as opções futuras da faixa ''B+C'' em termos da inclusão FDD e/ ou TDD.

A questão que impediu maior avanço no projecto de decisão ECC prendeu-se com a contribuição do Reino Unido, que pretendia inserir o conceito de ''neutralidade tecnológica'' na decisão, permitindo na faixa 2,5 GHz a implementação de outros sistemas não IMT-2000/ UMTS. Esta posição não foi apoiada por qualquer das administrações presentes.

Partilha e Compatibilidade

No seguimento da última reunião, em que um dos assuntos mais debatidos se prendeu com a direcção duplex (uplink/ downlink), foram apresentadas mais contribuições sobre o mesmo. Confirma-se que, sob o ponto de vista da partilha e compatibilidade com outros serviços ou sistemas de radiocomunicações (por exemplo, bluetooth ou serviços móveis por satélite - MSS), é preferível manter a direcção duplex convencional (frequências mais baixas para uplink e frequências mais elevadas para downlink).

Em termos da identificação das frequências centrais das portadoras do UMTS, ficou definido que a decisão ECC não deveria restringir ''rigidamente'' as frequências de cada bloco. Assim, à semelhança da faixa ''core'' nos 2.1 GHz, será definido um raster (de 200 ou 100 kHz) correspondente às possíveis frequências centrais das portadoras do UMTS. Não serão, pois, alinhadas as frequências das portadoras, nomeadamente entre operadores de vários países, dado que tal, embora pudesse facilitar a coordenação fronteiriça, iria retirar flexibilidade em termos de planeamento de frequências por parte do operador de UMTS.

Ainda a propósito de coordenação fronteiriça, foi sugerido pela Alemanha o aumento dos níveis de coordenação. Ainda que tal pudesse permitir maior facilidade de implementação por parte dos operadores, constata-se que iriam, ao mesmo tempo, aumentar as probabilidades de interferência nas regiões fronteiriças. Assim, esta proposta não foi aceite.

Serviços e Mercado

Foram preparadas e acordadas várias contribuições da CEPT no âmbito do WP8F, relacionadas com serviços futuros, os parâmetros necessários por cada serviço e a metodologia de cálculo de espectro necessário para a ''evolução futura do IMT-2000 e sistemas para além do IMT-2000''.

Estas contribuições foram elaboradas em conjunto com um consórcio de investigação, parcialmente financiado pela Comissão Europeia, designado WINNER (Wireless World Initiative New Radio).

Outros Assuntos

Foi actualizada a brief CEPT para o item 1.4 (evolução futura do IMT-2000 e sistemas para além do IMT-2000), confirmando, em particular, que a componente de satélite está no âmbito deste item.

Dado que várias Administrações não puderam ainda confirmar a aplicação da decisão UMTS relativa à ''core band'' (2,1 GHz), o equipamento terminal UMTS não pode ser considerado como classe 1 no âmbito da Directiva R&TTE. O Gabinete Europeu de Radiocomunicações (ERO) está a tratar do assunto com as administrações envolvidas (Lituânia, Espanha, Polónia, Malta, Hungria e Grécia).

Tendo em vista examinar o assunto dos terminais SDR (Software Defined Radio), será discutida na próxima reunião do PT1 uma possível contribuição da CEPT no WP8F.

Estiveram nesta reunião cerca de 70 participantes, contando com a presença de administrações, operadores, fabricantes e observadores.

As próximas reuniões decorrerão de 6 a 8 de Setembro, no Reino Unido, e de 12 a  14 de Janeiro de 2005, em Uppsala, na Suécia