Operadores móveis degradam qualidade de serviço nos Açores e na Madeira


As redes móveis GSM dos três operadores nacionais, TMN, Vodafone e Optimus têm um desempenho pouco satisfatório nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, sobretudo ao nível da cobertura das redes e da acessibilidade ao serviço, de acordo com um estudo de qualidade efectuado pelo ICP-ANACOM. Existe mesmo uma degradação generalizada do serviço prestado pelos operadores móveis, por comparação com os dados obtidos em 2002 noutro estudo da ANACOM.

A fraca acessibilidade aos serviços tem como causa principal a deficiente cobertura que as redes apresentam, sobretudo a rede da Optimus. Este operador não está presente em quatro ilhas dos Açores: Corvo, Flores, Graciosa e Sta Maria, e apresenta coberturas parciais nas restantes ilhas.

O indicador acessibilidade apresenta piores valores na região autónoma dos Açores, já que 22,3% das chamadas de testes não foram estabelecidas ou terminaram de forma anormal durante a fase de conversação, contra 20,8%e m 2002. Na Madeira a situação é melhor, pois apenas 9,2% das chamadas não terminaram de modo normal, mas ainda assim existe uma degradação do serviço já que em 2002 esse valor estava nos 4,9%.

No que respeita à qualidade áudio, tanto na região autónoma dos Açores como na Madeira existe uma degradação da qualidade das comunicações de 2002 para cá. De facto, em 2002, 86,6% das chamadas de teste feitas na Madeira apresentavam boa qualidade áudio, enquanto que em 2005 esse valor desce para 53,8%. No arquipélago dos Açores 84,2% das chamadas apresentavam boa qualidade, enquanto que em 2005 a percentagem de chamadas com boa qualidade caiu para 66,8%.    

As diferenças entre os resultados obtidos nos aglomerados urbanos e os obtidos nos eixos rodoviários são muito acentuados, sobretudo nos Açores.

Enquanto que os aglomerados urbanos analisados apresentam adequada cobertura e muito boa acessibilidade, nos eixos rodoviários a cobertura é deficiente ou inexistente e a acessibilidade apresenta valores preocupantes.A Optimus destaca-se pela negativa.

De acordo com o estudo da ANACOM, a acessibilidade nos aglomerados urbanos dos Açores situa-se nos 98,5%, face a 98,9% em 2002; valores que no caso dos eixos rodoviários estão nos 72,6% em 2005, melhorando ligeiramente face a 2002 quando se registava 71,4%.

No que respeita à qualidade áudio, 68% das chamadas feitas nos eixos rodoviários apresentam boa qualidade, contra 84,5% em 2002. Estes valores são melhores do que os registados nos aglomerados urbanos, que registam 62,9% das chamadas com boa qualidade.

Nos aglomerados urbanos da Madeira, 97,8% das chamadas têm uma terminação normal, enquanto nos eixos rodoviários esse valor cai para 87,9%. Já no que respeita à qualidade áudio, apenas 35,9% das chamadas feitas nos aglomerados urbanos apresentam boa qualidade, face a 82,7% em 2002. Nos eixos rodoviários a situação é melhor, com 61,7% das chamadas a apresentarem boa qualidade, mas ainda assim menos do que o registado em 2002, 89,9%.

Por operadores, no caso dos Açores, a Vodafone é o operador com melhor acessibilidade, 90,5%, seguido da TMN, com 89,5%, e da Optimus com 53,1%. A ordem mantém-se na qualidade áudio, com a Vodafone a apresentar 71,6% das chamadas com boa qualidade, a TMN com 65,7% e a Optimus com 60,1%. Na Madeira, ao nível da acessibilidade, a TMN apresenta o melhor desempenho com 92,4% das chamadas a terminarem de forma normal, seguindo-se a Vodafone com 91,3% e a Optimus com 88,6%. Na qualidade áudio, a Vodafone apresenta melhor desempenho, com 57,6%, a Optimus regista 55,2% das chamadas com boa qualidade áudio, cabendo o pior desempenho à TMN com 48,8%.

No estudo efectuado pela ANACOM foram objecto de análise os principais aglomerados urbanos das regiões autónomas, Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Funchal, bem como os principais eixos rodoviários de todas as ilhas destes arquipélagos.

A recolha de medidas decorreu nos dias úteis e no período normal de trabalho, entre 13 de Junho e 13 de Julho de 2005. Foram efectuadas 5578 chamadas de teste, o que corresponde a 84 horas de medidas ao longo de 2749 quilómetros.

No estudo feito foram analisados três indicadores de uma rede móvel: a cobertura, acessibilidade e a qualidade áudio.


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