O futuro está a chegar e a ANACOM - Autoridade Nacional de Comunicações demonstra-o já esta sexta-feira, em Viseu. A Banda larga vai ser mais larga, os consumidores poderão ter acesso a mais operadores e os operadores de telecomunicações poderão ver o acesso ao consumidor final facilitado. As melhorias resultam das novas regras da ANACOM, que regulam o projecto e a instalação de infraestruturas de telecomunicações em edifícios, o ITED, e que introduzem um enorme potencial na prestação de serviços de telecomunicações.
Com as novas regras, todos os edifícios passam a ficar dotados de uma infraestrutura de telecomunicações que lhes permite poderem ter em simultâneo serviços de vários operadores. Do mesmo modo, qualquer edifício passa a estar ligado a todas as redes públicas de telecomunicações que a ele queira aceder, seja através de ligação por cabos ou acessos via rádio (FWA), o que facilita o acesso dos novos operadores a casa dos consumidores finais, aumentando a concorrência no mercado e aprofundando a liberalização.
As novas regras que regulam a instalação de infraestuturas de telecomunicações em edifícios, o ITED, contribuem ainda para acelerar a expansão da banda larga. Isto porque facilitam a sua instalação, uma vez que os edifícios ficam dotados de raiz com a rede de banda larga, não precisando de quaisquer equipamentos adicionais para que as pessoas possam ter triple play (voz, dados e imagem), enquanto hoje são frequentes as deslocações de técnicos para proceder à adaptação da cablagem existente, para a substituir ou para instalar aparelhagem. Com o ITED isso deixa de ser necessário.
Por outro lado, a rede que existe no edifício permite uma banda larga melhor, já que deixam de existir constrangimentos no acesso ao edifício em termos largura de banda. Este é um problema existente em países com forte penetração de banda larga, como a Coreia, mas que Portugal conseguiu antecipar e resolver com as novas regras ITED. Além disso são estabelecidas prescrições e especificações mínimas que têm obrigatoriamente que ser cumpridas.
O ITED permite ainda ter vários computadores ligados em rede, sem necessidade de cablagens adicionais. O que é tanto mais relevante se pensarmos em empresas que em regra ligam todos os seus computadores e postos de trabalho em rede. Agora já não terão que o fazer, porque essa rede está estabelecida de base nos edifícios.
Aliás, com o ITED, cada edifício além de ter um ATE (Armário de Telecomunicações do Edifício) que faz a ligação da rede pública à cablagem do prédio, tem um ATI (armário de telecomunicações individual) por fracção autónoma, que permite a cada pessoa escolher exactamente que serviços de telecomunicações quer ter numa determinada tomada (voz, Internet, televisão).
Além dos benefícios óbvios para os consumidores e para os operadores, e para cuja divulgação a ANACOM decidiu promover uma sessão de demonstração, em Viseu, na sexta-feira, o regime ITED tem ainda um impacto favorável na indústria. De facto, com a aplicação das novas regras foi necessário desenvolver o ATI, o que foi feito pela indústria em colaboração com a ANACOM. Actualmente existem oito fabricantes nacionais a produzir o Armário de Telecomunicações Individual, estimando-se que o mercado absorva cerca de 200 mil unidades por ano o que, juntamente com a produção das novas caixas, tubagens e cablagens, poderá incrementar a actividade e o emprego na indústria do sector.
Na demonstração do edifício ITED, a que se associaram o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, na pessoa de Sua Exa. o Secretário de Estado das Obras Públicas e Comunicações, Dr. Paulo Campos, e a Câmara Municipal de Viseu, na presença do seu presidente, Dr. Fernando Ruas; estiveram presentes associações de empresas de telecomunicações, associações representativas do sector da construção e obras públicas, da indústria eléctrica e electrónica, associações de defesa do consumidor, assim como entidades ligadas á certificação e à formação profissional.
Consulte:
- ITED-ITUR https://www.anacom.pt/render.jsp?categoryId=1402
