Desinteresse e ausência de computador são as principais barreiras à expansão da Internet


/ Atualizado em 29.05.2006

Em Janeiro de 2006, 26% dos lares portugueses dispunham de acesso à Internet em banda larga, cerca de 35,3% tinham Internet e 51% estavam equipados com um computador, de acordo com o inquérito ao consumo da banda larga realizado pela ANACOM.

No estudo destaca-se o crescimento verificado na penetração da banda larga nos lares - mais 9% do que no final de 2004. Este resultado é, em parte, justificado pela migração da banda estreita para a banda larga.

A principal tecnologia de suporte da banda larga é o ADSL (47,2%), seguindo-se o modem cabo (46,6%). Cerca de 3% dos utilizadores da banda larga utilizam já os acessos móveis de 3.ª geração (1,5% usa cartão de acesso 3G wireless e os restantes usam telemóveis 3G); enquanto a tecnologia Powerline Communications (PLC) é utilizada em 1,3% dos lares.

De acordo com o inquérito da ANACOM , a principal barreira à adesão à Internet é o desinteresse ou o facto da mesma ser supérflua (38,3%), seguindo-se a ausência de um PC (34%). Apenas 8,6% dos inquiridos referem o preço do serviço como barreira ao acesso à Internet.

De referir que, à medida que se processa a migração da banda estreita para a banda larga (a banda larga passou de 56% para mais de 74% do total dos acessos à Internet), as barreiras à migração alteram-se de forma significativa. De facto, o motivo 'precisa/não tem interesse nisso' passou de 55% para 27%, crescendo o número daqueles para quem o preço (de 16% para 23%) e a cobertura geográfica (4,3% para 11,7%) constituem barreiras à migração.

O utilizador da banda larga é maioritariamente jovem, urbano, com um nível de educação superior, é estudante, exerce profissão liberal, ou é quadro superior, pertence às classes A/B. Ou seja, existem factores de natureza sócio-económica que poderão influenciar de forma determinante a posse de banda larga.

No que diz respeito à avaliação que os consumidores fazem sobre o serviço de acesso à Internet em banda larga, apenas 8,8% dos inquiridos consideram que o serviço não corresponde às expectativas criadas, enquanto a maioria, 88% dos utilizadores, afirma-se satisfeita ou muito satisfeita com a velocidade de acesso.

Quanto à fiabilidade, 86% dos clientes de banda larga dizem-se satisfeitos ou muito satisfeitos.

A transparência de facturação deixa 86% de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos.

Os clientes da Netcabo são aqueles que se encontram relativamente mais insatisfeitos com a velocidade, fiabilidade e transparência da facturação.

As empresas do grupo PT prestam serviço de acesso à Internet de banda larga a 70% dos inquiridos no estudo. O segundo maior operador, com uma quota de 15%, é a Cabovisão, seguindo-se o Clix, com 6,9%, e a Oni com 3,2%.

O trabalho de campo para a realização deste estudo foi realizado pela TNS Euroteste entre os dias 19 de Dezembro de 2005 e 23 de Janeiro de 2006 e envolveu a realização de 4225 entrevistas, incluindo 1099 entrevistas a utilizadores de banda larga.

O universo definido para o estudo foi o dos indivíduos de ambos os sexos, maiores, residentes em Portugal. A dimensão da amostra foi definida de forma a que a margem de erro máxima não fosse superior a 4%.


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