Tráfego de voz na rede fixa em queda


O tráfego total de voz originado na rede fixa durante o primeiro trimestre de 2008 rondou 2.091 milhões de minutos, resultantes de cerca de 699 milhões de chamadas, números que traduzem uma quebra de 1,9% e 2,4%, respectivamente, face ao trimestre anterior. Em termos homólogos, a quebra é mais acentuada, de 3,3% no caso dos minutos e de 3,2% no número de chamadas.

A redução do tráfego em minutos deve-se à queda acentuada do tráfego de acesso à Internet dial-up (-51,8%), motivada pela forte expansão do acesso à Internet através de tecnologias de banda larga e pela redução do tráfego de voz (em especial fixo-fixo). Quanto ao tráfego em chamadas, a descida do tráfego total, relativamente ao período homólogo, é sobretudo resultado da diminuição do tráfego de voz tradicional.

Relativamente ao mesmo período do ano anterior, também no tráfego de voz se registaram variações negativas. Estas variações reflectem a descida do tráfego nacional para números fixos (-3% dos minutos e -4,2% das chamadas face ao trimestre homólogo). No tráfego nacional para números móveis este registou uma redução tanto em termos de minutos, menos 4,3% em termos homólogos, como em termos de chamadas (4,5%).

No que respeita ao tráfego associado ao serviço de VoIP nómada, verifica-se que o seu peso relativamente ao tráfego total tem vindo a aumentar ao logo do tempo, situando-se nos 2,8%, em termos de minutos e em 1,7% ao nível das chamadas. O tráfego de VoIP nómada totalizava em Março cerca de 59,6 milhões de minutos, mais 24,2% do que ao trimestre anterior.

Em termos de quotas de tráfego de voz, o Grupo PT viu as suas quotas aumentarem ligeiramente, quer em minutos, segmento em que regista um aumento de 0,1 pontos para 67,6%; quer em chamadas, com uma subida de 0,3 pontos face ao trimestre anterior, para 67,5%.

O parque de acessos telefónicos principais instalados a pedido de clientes no final do primeiro trimestre era de 4 milhões, correspondendo a uma penetração de cerca de 37,7 acessos por 100 habitantes. Em relação ao trimestre anterior, verificou-se uma descida no número de acessos (-0,9%). Em termos anuais, regista-se uma variação homóloga negativa em 2,8%.

No mesmo período, os acessos baseados em tecnologia GSM aumentaram 5,1% face ao trimestre anterior e 49,5% em termos homólogos. Salienta-se igualmente o aumento exponencial do número de acessos baseados em tecnologia VoIP, que aumentaram cerca de dez vezes face ao trimestre anterior, para 40 324 acessos.

No final do primeiro trimestre, o Grupo PT detinha 70,4% do total dos acessos instalados a pedido de clientes, menos 1,4 pontos percentuais do que no trimestre anterior e menos 5,4 pontos percentuais que no final do período homólogo. Os prestadores alternativos tinham 29,6% dos acessos.

O número de clientes de serviço telefónico fixo na modalidade de acesso directo era de aproximadamente 3,176 milhões, registando diminuições de 0,6% em relação ao final do trimestre anterior e de 2,3% em relação ao trimestre homólogo. Para tal contribuíram de forma significativa as ofertas de prestadores alternativos suportadas em tecnologia GSM e as ofertas em pacote, integrando telefonia fixa, televisão por cabo e/ou Internet, que têm vindo a surgir nestes mercados.

Relativamente ao acesso indirecto através de pré-selecção, este registou uma descida de 16,4% no número de clientes, e atingiu o valor de 246,5 mil. De salientar que este resultado vem em linha com a tendência de redução do número deste tipo de acessos iniciada no segundo trimestre de 2006. Esta evolução será explicada pela aposta dos novos prestadores noutros modelos de negócio com melhores perspectivas de rentabilidade e pelas novas ofertas tarifárias do operador histórico.

No que diz respeito aos clientes de VoIP nómada, existiam cerca de 100 mil clientes activos, registando-se uma subida de 31,4% face ao observado no trimestre anterior.

A quota de clientes de acesso directo do Grupo PT registou quebras de 1,8 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 6,8 pontos percentuais face ao trimestre homólogo, situando-se nos 66,9% no final de Março. Esta redução da quota de clientes resulta não só das novas ofertas dos prestadores alternativos, como também dos acessos com ORLA activada.

Nas modalidades de acesso indirecto, os prestadores alternativos dispõem de uma quota de mercado acima dos 97%.


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