2.6. Questão 6 - Identificação de opções adicionais, consideradas adequadas e realizáveis pelos respondentes


Comentários recebidos

 
4SAT

Esta entidade afirma que se encontram disponíveis os quatro canais na componente DTH com as vantagens conhecidas deste sistema de transmissão, considerando que a “disponibilização dos 4 canais em sinal aberto via DTH teria as seguintes vantagens:

  • não estar sujeito a efeitos de transmissão imprevisíveis nem apresentar instabilidades de sinal;
  • o custo de instalação e manutenção de um antena satélite (material e serviço) é menor e mais fácil que de uma antena terrestre, logo existindo o assumido impacto na população este poderia ser atenuado. Existirão ainda casos em que poderá haver aproveitamento de antenas já existentes em telhados que até já poderão estar orientadas para o satélite correto;
  • a solução DTH permite a resolução imediata e definitiva do problema atual;”

Em termos económicos analisando um pouco o “cenário produtivo em Portugal”, esta entidade constata que “somos o maior produtor de antenas satélites na Europa, com 3 fábricas a produzir perto de 5 milhões de antenas/ano, enquanto praticamente 100 % das antenas terrestres são importadas”.

Adelino Rocha

Este respondente considera não vislumbrar qualquer razão técnica que inviabilize a colocação de um emissor “algures na região Sul do concelho de Vagos ou norte concelho de Mira por forma a beneficiar a intensidade e qualidade do sinal em toda esta região”.

Afonso Anjos

Este respondente considera que a adoção do sistema DVB-T2, a 2ª geração do sistema DVB-T proporciona mais robustez e qualidade de sinal, de imagem e som, mais serviços e mais canais por MUX.

André Maçarico

Este respondente considera que para o problema ficar resolvido seria “acabar” com a rede SFN e manter a rede MFN mas com algumas alterações, nomeadamente, onde existiam antigamente os principais emissores analógicos, uma frequência diferente com maior potência, tal como existe no Montejunto, Lousã e Monte da Virgem e o desligamento desses emissores em canal 56.

APR

A APR indica que não tem opção adicional a apresentar, considerando que todas as soluções para o futuro da rede TDT estão devidamente assinaladas nos 5 cenários equacionados pelo ICP-ANACOM.

Daniel Gomes

Este respondente considera que “uma rede inteiramente nacional em SFN não resulta a partir do momento que temos uma rede de emissão pouco densa em certas regiões”. Considera assim que devem ser criadas 3 redes SFN a nível nacional, sendo atribuída a “frequência A ao norte do país, frequência B ao centro do país, e frequência A novamente a sul”.

Considera ainda que “a rede de emissores TDT teria igualmente de ser um pouco reforçada nas zonas interiores do país”. Defende pois que “esta solução permitiria ocupar o menor espectro possível melhorando a cobertura ao reduzir a interferência proveniente dos próprios emissores a emitir à mesma frequência a distâncias longínquas”.

Daniel Santos

Este respondente considera que se deveria modificar a atual rede SFN para várias redes MFN (MFN de SFN´s) divididas por zonas da seguinte forma:

1.º implementar redes MFN divididas por distritos, mantendo a frequência 56, em simulcast. Considera ainda que “com 5 frequências bem planeadas conseguia-se cobrir todo o território com mini redes SFN”.

2.º após ativar os emissores nas novas frequências, este respondente considera que o período de simulcast deverá prolongar-se por pelo menos 12 meses.

Com a referida solução este respondente conclui que “as antenas que seriam necessárias de reorientar seriam mínimas e a percentagem de cobertura semelhante à atual rede SFN”. Adianta ainda que os casos em que neste momento têm sinal devido ao efeito de “ganho de rede” e que com esta solução irão ficar sem sinal seriam mínimos, mas que em contrapartida as zonas que neste momento têm pouca qualidade de sinal - devido à receção de sinais de outros emissores fora do intervalo de guarda - iriam ficar com uma qualidade de sinal muito melhor e estável.

Por fim refere que para “a PTC esta solução do simulcast não deverá ser problema uma vez que a rede foi desenhada para suportar 3 frequências de âmbito nacional, tal como estava previsto no caderno de encargos, MUX A, MUX B e MUX C”, e que com a solução que apresenta, “também já se resolvia o problema do dividendo digital 2, uma vez que as novas frequências serão todas ativadas abaixo dos 694Mhz e a atual rede SFN no canal 56 iria ser desligada”.

Eliseu Macedo

Este respondente apresenta uma alternativa, embora não defenda esta solução, que passa pela difusão totalmente via satélite (DTH), mas nunca nos moldes atualmente utilizados, pois os mesmos restringem o acesso à opção DTH.

[IIC]  [FIC]

Não sendo propriamente uma nova opção, este respondente considera “que será apropriado ter em conta uma nova alternativa de rede conjugando as alternativas 5.1.2 e 5.1.3 (“Manutenção da rede em overlay” e “Eliminação dos três emissores do canal 56 co-localizados com os emissores da rede em overlay”) mas comtemplando mais alguns emissores para a futura rede designada pelo ICP-ANACOM de rede em overlay, nomeadamente o emissor de Monsanto.

Os fundamentos desta opção encontram-se no facto de os problemas de auto interferência identificados não ocorrerem apenas nas zonas servidas pelos três emissores da rede overlay já agora contemplados a título provisório, mas sim em grande parte do território nacional.

Assim sendo, esta nova rede em overlay, para além dos emissores SFN já instalados, deveria contemplar uma outra rede de emissores utilizando frequências distintas e PAR mais elevadas e localizados em locais selecionados que permitam um maior alcance da emissão (poderiam ser instalados em alguns dos locais de onde se emitia o sinal da TV analógica). Será bom recordar que nesta configuração não haveria redundâncias, isto é, nos locais dos emissores da rede overlay não se emitiria na frequência SFN.”

FTE Maximal Portugal

Esta entidade considera o cenário 4 em resposta a esta questão.

Raquel Madureira

Esta respondente considera que à solução preconizada na questão 5 (MFN de SFN’s) pode ser adicionada a implementação da norma DVB-T2, que mantem a infraestrutura e o planeamento de frequências, podendo desta forma ganhar ao nível de cobertura em cerca de 30%, e melhoria das interferências devido a novos intervalos de guarda. Considera que, no entanto, a escolha desta opção implica novo equipamento do lado do utilizador do serviço, com necessidade de novas set-up-boxes.

Esta entidade considera ainda que utilizando as potencialidades de canal de retorno da norma DVB, sugerindo para tal associar a rede de radiodifusão à rede móvel, potenciando deste modo a utilização de serviços de internet a zonas sem acesso, tornando reais alguns dos requisitos e ensejos de se almejar um sistema universal de acesso à internet.

SIC

A SIC considera que os cinco cenários de adaptação da atual rede TDT apresentados pelo ICP-ANACOM cobrem a generalidade das opções que deveriam ser equacionadas no momento presente, tendo em vista a melhoria e estabilização das condições técnicas de fornecimento do serviço de Televisão Digital Terrestre.

Televés

Esta entidade defende “a implementação de uma rede MFN constituída por pequenas redes SFN permitindo que todos os emissores dessa área se encontrem dentro do intervalo de guarda”, argumentando que “a existência de implementações idênticas instaladas noutros países vem justificar a sua robustez, desde que sejam salvaguardadas as frequências necessárias para os Mux B a F”.

Realça ainda que a antiga rede de nacional de emissores analógicos poderiam ser agora reativados, se necessário, contribuindo assim num aumento de cobertura terrestre disponível.

Considera ainda que “os impactos na população serão significativos principalmente se a informação quanto às alterações não existir”.

Sugere ainda “a utilização temporária de um programa adicional no MUX A com a informação necessária quanto a datas de conversão, canais de emissão por zonas, e outras informações que se julguem pertinentes para o efeito”, argumentando que “a sua implementação é de baixo custo e o meio de informação é o mesmo utilizado para a obtenção do serviço”.

Entendimento do ICP-ANACOM
 
Em relação a opções alternativas, às identificadas no documento de consulta, foram recebidas várias propostas.
 
A 4SAT e Eliseu Macedo (embora não defenda a adoção desta opção) apresentam a solução DTH como uma alternativa à rede TDT, desde que se alterem  os moldes de acesso ao mesmo.
 
O ICP-ANACOM considera, tal como Eliseu Macedo, que a adoção desta solução exclusiva não é viável, dado que:
 
     - os termos estabelecidos mediante concurso público teriam de ser revistos, bem como analisados os impactos ao nível dos vários intervenientes da rede de difusão de TDT;
     - seria necessário alterar todo o conjunto de equipamentos bem como de infraestruturas de receção dos telespetadores, apenas com exceção dos que já recebem televisão por DTH. Esta alteração obrigaria à deslocação, a todos os lares que atualmente recebem televisão por via terrestre, de um técnico especializado para realizar os trabalhos necessários de adaptação.
 
Em conclusão, tal opção de receção de TDT implicaria transtornos e custos adicionais para os utilizadores que o ICP-ANACOM considera serem incomportáveis.
 
Em relação à sugestão do respondente André Maçarico, o ICP-ANACOM considera que a solução que apresenta assemelhar-se-ia ao planeamento de uma rede analógica, o que não faz sentido, pois as características técnicas das duas tecnologias (analógica e digital) são distintas e tal facto traduzir-se-ia numa menor eficiência espectral.
 
O respondente apresenta uma sugestão adicional, que se prende com a criação de 3 SFN (Norte, Centro e Sul). O ICP-ANACOM realça que não foram originalmente planeadas, nem coordenadas internacionalmente, este tipo de redes SFN, pelo que, por ora, considera este cenário inviável.
 
Em relação à proposta apresentada por Daniel Santos, a mesma vai ao encontro do que o ICP-ANACOM havia equacionado, caso se transformasse a rede SFN numa rede MFN, apesar de o planeamento e coordenação internacional das redes, não ter tido por base os limites administrativos dos distritos mas sim, a definição de zonas tendo por base o modo 8k e o intervalo de guarda de 1/4. O ICP-ANACOM considera ainda que 5 canais radioelétricos poderiam ser suficientes para uma rede deste âmbito, no entanto, esse reduzido número de canais iria causar constrangimentos no planeamento e implementação da rede, nomeadamente ao nível da localização e da potência dos centros emissores, que se se iriam refletir obrigatoriamente nos custos subjacentes, o que não se justifica em função do espectro atualmente disponível para o serviço de radiodifusão televisiva.
 
Por fim, em relação à sugestão dos respondentes Raquel Madureira e Afonso Anjos, no sentido de se implementar a norma DVB-T2, e estando ciente das capacidades desta versão da norma do DVB-T, e tal como na solução DTH, a sua adoção implicaria transtornos e custos adicionais para a população, que o ICP-ANACOM considera serem incomportáveis, dado que obrigaria a adquirir novos recetores, cuja disponibilidade se desconhece no imediato.
 
No que respeita ao comentário produzido pela Teléves relacionado com os impactos na população caso não exista informação quanto às alterações a adotar, o ICP-ANACOM concorda e reitera que a adoção de uma rede MFN no futuro, necessitará de uma campanha de comunicação adequada dirigida às populações.
 
Relativamente aos respondentes ou entidades não mencionadas nos comentários que antecedem, tal significa que o ICP-ANACOM não tem considerações sobre os respetivos contributos.