O relatório E-commerce and the Internet in European businesses, publicado em Fevereiro de 2004 pelo Eurostat, apresenta as seguintes conclusões principais quanto à situação das empresas portuguesas ao nível do comércio electrónico:
- Cerca de 24% das empresas da UE fazem uso do comércio electrónico para efectuar compras, e apenas 10% utilizam-no para realizar vendas;
- A adesão das empresas portuguesas ao comércio electrónico revela-se um pouco mais modesta: apenas 16% e 7% das empresas recorrem à Internet para efectuar, respectivamente, compras e vendas electrónicas;
- É no sector dos hotéis e acomodação que mais se encontram empresas portuguesas a efectuar compras e vendas on-line, enquanto que, na UE, apesar de ser também neste sector que existe uma maior proporção de empresas a efectuar vendas electrónicas, no caso das compras o sector dominante é o dos serviços;
- A grande maioria das empresas portuguesas e europeias apresenta como principal destino para as suas vendas electrónicas os mercados domésticos; Portugal aparenta deter um tecido empresarial com um comércio electrónico menos voltado para os mercados externos quando comparado com a média das empresas na UE; e
- As empresas na UE geraram, em 2001, cerca de 95.600 milhões de euros em vendas via Internet, cabendo às empresas portuguesas cerca de 1.150 milhões de euros, ou seja, apenas 1,2% do total estimado para a UE.
A análise detalhada deste estudo permite identificar diversos dados relevantes, que a seguir se sintetizam.
Apesar das melhorias verificadas ao longo dos últimos anos em Portugal, as empresas portuguesas mantêm-se na cauda da Europa ao nível das transacções electrónicas via Internet. Com efeito, cerca de um quarto das empresas na União Europeia (UE) fazem uso do comércio electrónico para realizar compras. No caso português, este valor não vai além de 16% das empresas, o que torna Portugal num dos países da UE com um menor nível de adesão das empresas às compras através da Internet, juntamente com a Grécia (com 11%), a Itália e a Espanha, ambas com 7% das empresas.
Percentagem de empresas que efectuam compras via Internet, entre os Estados-membros da UE
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No que diz respeito à utilização da Internet para a realização de vendas, as empresas europeias são, geralmente, menos activas a realizá-las quando comparado com realização de compras. De facto, tal como se pode observar na figura abaixo, apenas 10% das empresas na UE fazem uso da Internet para efectuar vendas. Em Portugal, este valor não vai além dos 7%, o que torna, novamente, as empresas portuguesas, juntamente com as italianas (com 4%) e as espanholas (com 2%), as que menos recorrem à Internet com o objectivo de efectuar vendas electrónicas.
Percentagem de empresas que efectuam vendas via Internet, entre os Estados-membros da UE
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A posição das empresas portuguesas face à média das empresas da UE é, ainda assim, mais favorável no caso das grandes empresas. A análise centrada apenas nas empresas que possuem ligação à Internet, permite concluir que as grandes empresas portuguesas revelam maiores níveis de utilização do comércio electrónico quando comparado com a média das grandes empresas na UE - cerca de 27% das grandes empresas portuguesas que possuem ligação à Internet utilizam-na para efectuar vendas on-line, o que se compara, positivamente, com a percentagem apresentada pela média das grandes empresas na UE , que se cifra apenas nos 17%.
Quando analisados os dados por sectores de actividade, verifica-se que é no sector dos hotéis e acomodação que mais se encontram empresas portuguesas a efectuar compras e vendas on-line. Cerca de 34% e 60% das empresas portuguesas com acesso à Internet que actuam neste sector de actividade utilizam-na para efectuar, respectivamente, compras e vendas on-line. A situação para a generalidade das empresas dos Estados-membros da UE apresenta-se ligeiramente diferente. Apesar de ser também o sector dos hotéis e acomodação que detém uma maior percentagem de empresas a efectuarem vendas através da Internet (cerca de 49%), no caso das compras é o sector dos serviços que domina, ao qual está associada uma proporção de cerca de 41% das empresas.
Do ponto de vista do destino das vendas on-line, os dados apontam, como seria de esperar, que a grande maioria das empresas apresenta, como principal destino para as suas vendas, os mercados domésticos. Cerca de 89% das vendas on-line efectuadas pelas empresas portuguesas e 78% das vendas das empresas europeias têm como destino clientes residentes no seu próprio país. Portugal aparenta, assim, deter um tecido empresarial que tem vindo a desenvolver um comércio electrónico menos voltado para os mercados externos quando comparado com a média das empresas na UE - cerca de 15% do total das vendas on-line efectuadas pelas empresas da UE com acesso à Internet têm como destino clientes residentes noutros Estados-membros, o que se compara com apenas 5% das vendas no caso das empresas portuguesas.
Percentagem das vendas on line das empresas segundo o seu destino, entre os Estados-membros da UE
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Por último, e para se ter uma ideia do volume de negócios envolvido no comércio electrónico em Portugal e na Europa, refira-se que as estimativas do Eurostat apontam para que as empresas na UE tenham gerado, em 2001, um total de 95.582 milhões de euros em vendas via Internet, cabendo às empresas portuguesas cerca de 1.146 milhões de euros, ou seja, apenas 1,2% do total estimado para a UE. Atrás de Portugal, só mesmo a Grécia e o Luxemburgo.
Percentagem das vendas on line no PIB das diversas economias, entre os Estados-membros da UE
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Contudo, quando relacionado com o PIB a preços correntes de 2002 nas diversas economias europeias, Portugal vê a sua situação relativa melhorar. As empresas portuguesas geraram, em 2001, um volume de negócios nas vendas on-line correspondente a cerca de 0,89% do PIB da economia portuguesa em 2002, valores muito próximos dos alcançados pela média dos Estados-membros da UE.
Consulte:
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E-commerce and the Internet in European businesses
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