Sumário
Os três principais prestadores de serviços de comunicações eletrónicas em local fixo (MEO, NOS e Vodafone) promoveram um aumento de 3,3% nas mensalidades das ofertas base de “triple play”, valor bastante desalinhado da taxa de inflação.
Este aumento das mensalidades surge ao mesmo tempo e na mesma proporção. Simultaneamente, verificou-se um movimento de restrição da qualidade, que vai no mesmo sentido por parte dos três operadores.
A alteração de condições verifica-se numa classe de produto que constitui parte importante do mercado (ao todo 40%), e cujos preços já de si contrastavam desfavoravelmente com a média internacional (acima da média UE28).
O referido comportamento ocorre numa altura em que os utilizadores estão especial e crescentemente dependentes (por causa da segunda onda da pandemia em Portugal) do abastecimento de conectividade para finalidades económicas (profissionais) e também de interesse social (fins educativos).
Esta conjugação das estratégias preço-produto tem lugar ainda num quadro de mercado em que os consumidores estão desprovidos de alternativas equivalentes, pois a oferta do quarto operador não é um sucedâneo porque não tem a mesma cobertura do território.