Tráfego postal desce 3% no primeiro semestre de 2022


O tráfego postal diminuiu 3% no 1.º semestre de 2022 em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo 290,6 milhões de objetos. Estima-se que a pandemia tenha provocado uma diminuição de 8% do tráfego no 1.º semestre, impacto menos severo do que o ocorrido no 1.º semestre de 2021, no qual se estimava uma diminuição de 9,5% por efeito da COVID-19.

Embora os efeitos da pandemia ainda se tenham feito sentir no último semestre, com a eliminação gradual das restrições à circulação ao longo de 2021, o tráfego postal parece ter iniciado um processo de recuperação do choque provocado pela pandemia.

Por tipo de objeto, o tráfego de correspondências, de correio editorial e de encomendas caiu 3,6%, 5,8% e 5,6%, respetivamente, enquanto o tráfego de publicidade endereçada aumentou 12,5%.

O tráfego internacional de entrada, que representava cerca de 5% do total de tráfego postal, diminuiu 24,9% em relação ao semestre homólogo, decréscimo que foi influenciado pelo fim da isenção do imposto sobre o valor acrescentado (IVA) nas compras extracomunitárias de baixo valor.

No final do 1.º semestre de 2022, as correspondências representaram 74,2% do tráfego postal, enquanto o correio editorial e a publicidade endereçada representaram 7,2% e 7,4% respetivamente. O peso das encomendas no total do tráfego situou-se nos 11,3%, menos 0,3 pontos percentuais (p.p.) do que no 1.º semestre do ano anterior. Em termos de receitas, o peso relativo das encomendas foi de 41,4%, menos 1,3 p.p. do que no semestre homólogo.

Os serviços postais compreendidos no âmbito do serviço universal (SU) foram responsáveis por cerca de 81,1% do tráfego e 52,5% das receitas. O tráfego de SU desceu 3,4%, enquanto o seu peso no total do tráfego diminuiu 0,3 p.p. em comparação com o 1.º semestre de 2021. As receitas do SU aumentaram 1,8% e o seu peso no total aumentou 1,3 p.p.

As receitas geradas pelos prestadores legalmente habilitados para a prestação de serviços postais totalizaram cerca de 349,1 milhões de euros, menos 0,8% do que no 1.º semestre de 2021, diminuição esta que se deveu à evolução das receitas de encomendas, que diminuíram 3,9%.  As receitas de correspondências, de correio editorial e de publicidade endereçada aumentaram, respetivamente, 1,5%, 0,9% e 0,8%.

A receita média por objeto aumentou 2,2% face ao semestre homólogo, tal como vem acontecendo desde 2018. Neste semestre o aumento ocorrido resultou, entre outros fatores, do crescimento da receita unitária das correspondências (+5,3%), influenciado pelos aumentos de preços promovidos pelos CTT a 1 de abril de 2021 e a 7 de março de 2022.

O grupo CTT dispunha de uma quota de cerca de 85,8% do tráfego postal, mais 0,3 p.p. do que no 1.º semestre de 2021. Relativamente ao tráfego abrangido pelos limites do SU, o grupo CTT detinha uma quota de cerca de 91%, mais 0,8 p.p. do que no semestre homólogo. Por outro lado, a quota de encomendas do Grupo CTT atingiu 47,1% (-2,9 p.p. do que no semestre homólogo).

No período em análise, contabilizaram-se cerca de 15 mil trabalhadores afetos à exploração dos serviços postais, menos 1,4% do que no 1.º semestre do ano anterior. A diminuição verificada deveu-se sobretudo à evolução do número de trabalhadores do Grupo CTT (-3,4%), atingindo 71,9% do total no final do período (-1,5 p.p. do que no semestre homólogo). Por outro lado, o número de trabalhadores dos prestadores alternativos aumentou 4,1%.

No 1.º semestre de 2022, o número de pontos de acesso aumentou (+6,2%), enquanto o número de centros de distribuição diminuiu (-4,8%).

O número de estações de correio dos CTT aumentou 0,7%, em relação ao semestre homólogo, mantendo-se a tendência de crescimento que se iniciou em 2019, enquanto o número de postos públicos diminuiu 0,1%.

Resumo gráfico dos serviços postais no 1.º semestre de 2022


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