Tráfego de Internet móvel aumentou 39,5% no 1.º semestre de 2022


No final do primeiro semestre de 2022, o número de assinantes que utilizaram o serviço móvel aumentou 830 mil (+6,7%), em comparação com o mesmo semestre do ano anterior. A evolução verificada é explicada pela maior adesão aos planos pós-pagos e híbridos (+7,8% nos últimos 12 meses), que representavam 63,6% do total de acessos efetivamente utilizados. Os planos pré-pagos (+4,8% nos últimos 12 meses), que inverteram em 2021 a tendência de decréscimo que vinha ocorrendo desde 2012, aumentaram pelo quarto trimestre consecutivo, em termos homólogos, aproximando-se dos valores pré-pandemia.

A evolução ocorrida estará associada ao gradual levantamento das limitações à circulação iniciado na segunda quinzena de março de 2021 e ao Programa Escola Digital, refletindo ainda a retoma da atividade económica pós-pandemia. No caso dos pré-pagos, o crescimento verificado terá sido influenciado pelo crescimento do número de utilizadores ocasionais (por exemplo, turistas).

O tráfego de voz móvel em minutos diminuiu 1,1% face ao primeiro semestre de 2021, período em que se registou o valor mais elevado contabilizado até ao momento. O número de minutos de conversação por acesso de voz móvel no primeiro semestre do corrente ano foi, em média, de 236 por mês, menos 16 minutos (-6,2%) que em igual período do ano anterior.

No primeiro semestre de 2022 não se registou um efeito significativo da pandemia de COVID-19 no tráfego de voz móvel, embora no semestre homólogo tenha havido um efeito positivo (+11,1%). O valor registado aproximou-se da anterior tendência histórica e efeito sazonal estimados.

A duração média das chamadas foi de 3 minutos e 7 segundos por chamada, menos 18 segundos ( 8,9%) que em igual período do ano anterior.

No primeiro semestre de 2022, a penetração do serviço móvel ascendeu a 184,1 por 100 habitantes. Caso se considerassem apenas os acessos móveis com utilização efetiva (excluindo machine-to-machine - M2M), a taxa de penetração em Portugal seria de 128,4. Caso se excluíssem também os acessos afetos exclusivamente a serviços de dados e acesso à Internet (cartões associados a PC/tablet/pen/router), a penetração dos serviços móveis seria de 121,6 por 100 habitantes.

A penetração de acessos móveis comercializados em conjunto com serviços fixos (pacotes convergentes) foi de 52,1 por 100 habitantes.

O número de acessos móveis habilitados a utilizar o serviço totalizou 19 milhões. Destes, 13,3 milhões (69,8% do total) foram efetivamente utilizados. Excluindo o número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis ascendeu a 12,6 milhões.

O número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet fixou-se em 9,5 milhões, mais 11,9% que em igual período do ano anterior. Este valor corresponde a uma penetração de cerca de 91,8 por 100 habitantes, mais 9,7 pontos percentuais (p.p.) do que no período homólogo, tendo ultrapassado os 90% no final deste semestre.

O incremento do número de utilizadores foi influenciado pelo fim das restrições associadas à pandemia de COVID-19 e resulta de aumentos, quer do número de utilizadores de Internet no telemóvel (+11,2%), quer dos utilizadores do serviço de acesso à Internet através de PC/tablet/pen/router (+22,7%). Estes últimos acessos encontram-se a crescer acima dos 20%, em termos homólogos, há três trimestres consecutivos. Desde 2010, quando decorria o programa e-iniciativas, que não se registavam aumentos tão elevados. O crescimento agora verificado poderá estar associado ao gradual desconfinamento e ao Programa Escola Digital, lançado em setembro de 2020, que inclui a distribuição de hotspot de Internet e cartão SIM aos alunos para ligação à rede móvel.

O tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel (BLM) aumentou 39,5% face ao semestre homólogo. O crescimento verificado é explicado pelo aumento do número de utilizadores e, sobretudo, pelo aumento da intensidade de utilização do serviço. O tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel aumentou 25,4% face ao período homólogo. Cada utilizador de BLM consumiu, em média, 6,6 GB por mês. O tráfego médio mensal gerado por PC/tablet/pen/router atingiu os 26,1 GB (+0,3%), enquanto o tráfego médio de Internet no telemóvel cresceu 33,6%, para 5,2 GB.

Na sequência do leilão 5G, a ANACOM emitiu no final de 2021 os títulos que consubstanciam os direitos de utilização de frequência a seis operadores:  Dense Air, Dixarobil (Digi Portugal), MEO, NOS, NOWO e Vodafone. Após a atribuição destes títulos, os prestadores anunciaram um conjunto de ofertas comerciais associadas ao 5G. Tipicamente, a opção 5G tem associada um preço adicional cinco euros por mês, exceto no caso das ofertas com plafonds de tráfego mais elevados, cujos utilizadores poderão aceder ao 5G sem pagamentos adicionais. No entanto, até 15 de setembro de 2022, os prestadores permitiram o acesso gratuito ao 5G a todos os clientes. De acordo com a informação disponível, estima-se que, no primeiro semestre de 2022, o tráfego gerado em redes 5G representava cerca de 3,1% do total de tráfego de dados móveis. Por outro lado, estima-se que, no final do deste período, 9% dos utilizadores de serviços móveis e 13% dos utilizadores de Internet móvel dispunham de equipamentos 5G e subscreviam uma oferta que permite o acesso a estes serviços.

No final do período em análise contabilizaram-se cerca de 1,3 milhões de acessos móveis ativos afetos a M2M, um aumento de 4,5% em relação ao período homólogo. Estes acessos representavam 7% do total de acessos ativos.

O tráfego em roaming registou aumentos em todos os tipos de tráfego face a igual período do ano anterior. Em particular, o tráfego de Internet cresceu a taxas muito elevadas (+155,9% no caso do roaming in e +89,6% no caso do roaming out). O grau de cobertura do tráfego em minutos de roaming in por roaming out foi de 86,2%. No caso do acesso à Internet, o tráfego em roaming in foi 2,7 vezes superior ao tráfego em roaming out.

No que diz respeito às quotas, a MEO foi o prestador com a quota mais elevada de acessos móveis ativos com utilização efetiva (39,7%), seguida da Vodafone (29,0%), da NOS (28,0%), da NOWO (1,9%) e da Lycamobile (1,4%). Face ao período homólogo, as quotas de acessos móveis da NOS, Lycamobile e da NOWO aumentaram em 1,3, 0,1 e 0,1 p.p., respetivamente, tendo as quotas da MEO e da Vodafone diminuído 0,7 e 0,8 p.p., respetivamente.

No caso das quotas de subscritores de acesso à Internet BLM, a quota da MEO foi de 36,6%, seguindo-se a NOS com 30,8%, a Vodafone com 29,1%, a NOWO com 2,3% e a Lycamobile com 1,2%. No primeiro semestre de 2022, as quotas da Lycamobile, da NOS e da NOWO aumentaram 0,7, 0,6 e 0,1 p.p., respetivamente. As quotas de subscritores da MEO e da Vodafone diminuíram 1,3 e 0,1 p.p., respetivamente.

A NOS detém a quota mais elevada de tráfego de Internet em BLM (37,8%), seguida da Vodafone e da MEO (33,0% e 28,4%, respetivamente). Face ao mesmo período do ano anterior, a quota da NOS diminuiu 7,4 p.p. enquanto as quotas da Vodafone e da MEO aumentaram 6,1 e 0,9 p.p., respetivamente.

Resumo gráfico: Serviços móveis no 1.º semestre de 2022.


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