Sumário Executivo
Penetração dos serviços móveis com utilização efetiva atingiu os 129,5 por 100 habitantes
No final de 2023, a taxa de penetração dos acessos móveis ascendeu a 180,0 por 100 habitantes. Caso se considerem apenas os acessos móveis com utilização efetiva1 (excluindo M2M2), a taxa de penetração em Portugal seria de 129,5. Adicionalmente, caso se excluam também os acessos afetos exclusivamente a serviços de dados e acesso à Internet (cartões associados a PC/tablet/pen/router), a taxa de penetração seria de 122,6 por 100 habitantes.
Quando considerados os acessos móveis comercializados em conjunto com serviços fixos (i.e. em pacotes convergentes), a taxa de penetração foi de 57,7 por 100 habitantes3.
O número de acessos móveis habilitados a utilizar serviços móveis totalizou 18,8 milhões. Destes, 13,6 milhões (71,9% do total) foram efetivamente utilizados. Excluindo o número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis ascendeu a 12,8 milhões.
Número de utilizadores aumentou 0,4% nos últimos 12 meses
O número de assinantes que efetivamente utilizou o serviço aumentou 54 mil (+0,4%), em comparação com o final de 2022. A evolução verificada é explicada pela maior adesão aos planos pós-pagos e híbridos (+5,9% nos últimos 12 meses), que representam 68,8% do total de acessos efetivamente utilizados. O número de planos pré-pagos diminuiu 9,9% face ao período homólogo.
Utilizadores particulares representavam 71,6% do total de acessos ativos
No final do segundo trimestre de 2023, os acessos móveis de utilizadores particulares representavam 71,6% do total de acessos ativos, enquanto os acessos de utilizadores empresariais representavam 28,4%.
Tráfego médio por acesso diminuiu 5,9%
O tráfego de voz móvel, em minutos, diminuiu 4,4% face a 2022. O número de minutos de conversação por acesso de voz móvel em 2023 foi, em média, de 216 por mês, o que representa aproximadamente 7 minutos por dia. Em comparação com o ano anterior, o tráfego médio mensal diminuiu 13 minutos (-5,9%).
A duração média das chamadas foi de 2 minutos e 55 segundos por chamada, menos seis segundos (-3,2%) que no ano anterior.
Penetração de BLM atingiu os 99,9 por 100 habitantes
O número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet fixou-se em 10,5 milhões, mais 6,3% que em igual período do ano anterior. Este valor corresponde a uma taxa de penetração de cerca de 99,9 por 100 habitantes (+5,9 p.p. do que em 2022).
Utilizadores de PC/tablet/pen/router aumentaram 2,3%
O incremento do número de utilizadores resulta de aumentos quer do número de utilizadores de Internet no telemóvel (+6,6%), quer dos utilizadores do serviço de acesso à Internet através de PC/tablet/pen/router (+2,3%). O aumento destes últimos acessos, que desde meados de 2021 vinha registando aumentos acima dos 10% em termos homólogos, registou o menor crescimento homólogo desde 2020.
Tráfego de Internet móvel aumentou 39,2%
O tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel (BLM) aumentou 39,2% face a 2022. O crescimento verificado é explicado pelo aumento do número de utilizadores e, sobretudo, pelo aumento da intensidade de utilização do serviço.
Tráfego médio mensal chegou aos 10 GB/mês
O tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel aumentou 30,0% face ao período homólogo. Cada utilizador de BLM consumiu, em média, 10,0 GB por mês. O tráfego médio mensal gerado por PC/tablet/pen/router atingiu os 33,5 GB (+10,5%).
Acessos M2M diminuíram 17,1%
No final de 2023 contabilizaram-se cerca de 1,2 milhões de acessos móveis ativos afetos a M2M, uma diminuição de 17,1% em relação ao período homólogo. Estes acessos representavam 6,2% do total de acessos ativos.
Tráfego de Internet em roaming internacional registou aumentos significativos
O tráfego em roaming out registou um decréscimo no tráfego de voz face ao ano anterior (-5,2%). Em sentido contrário, o tráfego de Internet cresceu de forma elevada (+49,7% no caso do roaming out e +40,5% no caso do roaming in).
Acesso à Internet em roaming in foi três vezes superior a roaming out
Em 2023, o grau de cobertura do tráfego em minutos de roaming in por roaming out foi de 114,3%. No caso do acesso à Internet, o tráfego em roaming in foi 3,3 vezes superior ao tráfego em roaming out.
Quotas dos prestadores
A MEO foi o prestador com a quota mais elevada dos acessos móveis ativos com utilização efetiva (38,1%), seguida da NOS (29,8%) e da Vodafone (28,3%). Seguem-se a NOWO e a Lycamobile, com quotas de 2,0% e 1,9%, respetivamente.
Face ao período homólogo, as quotas de acessos móveis da NOS e da Lycamobile aumentaram em 1,1 p.p. e 0,4 p.p., respetivamente, tendo as quotas da MEO e da Vodafone diminuído 1,0 p.p. e 0,7 p.p., respetivamente. A quota da NOWO permaneceu inalterada.
O nível de concentração, medido pelo índice Herfindahl-Hirschman, manteve-se elevado, embora tenha continuado a tendência decrescente iniciada em 2014.
No caso das quotas de subscritores de acesso à Internet em banda móvel, a quota da MEO foi de 35,5%, seguindo-se a NOS com 32,7%, a Vodafone com 27,4%, a NOWO com 2,2% e a Lycamobile com 2,1%. Em comparação com o final do ano anterior, a quota da Lycamobile e da NOS aumentaram 1,1 p.p. e 0,9 p.p., respetivamente, enquanto as quotas da Vodafone, da MEO e da NOWO diminuíram 1,5 p.p., 0,4 p.p. e 0,1 p.p., respetivamente.
A NOS deteve a quota mais elevada de tráfego de Internet em banda larga móvel (35,7%), seguindo-se a Vodafone (35,4%), a MEO, a NOWO e a Lycamobile e (28,1%, 0,6% e 0,3%, respetivamente). Em comparação com o período homólogo, a quota da NOS e da MEO diminuíram 0,8 p.p. e 0,1 p.p., respetivamente, enquanto a quota da Vodafone aumentou 0,7 p.p.
2,3 milhões de utilizadores de Internet móvel 5G
Na sequência do leilão 5G, a ANACOM emitiu no final de 2021 os títulos que consubstanciam os direitos de utilização de frequência (DUF) a seis operadores: Dense Air, Dixarobil (Digi Portugal), MEO, NOS, NOWO e Vodafone.
Após a atribuição dos títulos acima mencionados, os prestadores anunciaram um conjunto de ofertas comerciais associadas ao 5G. Tipicamente, a opção 5G teria associada um preço adicional de cinco euros/mês, exceto no caso das ofertas com plafonds de tráfego mais elevados, cujos utilizadores poderão aceder ao 5G sem pagamentos adicionais. No entanto, os prestadores permitiram o acesso gratuito ao 5G a todos os clientes que dispunham de equipamentos adequados para o efeito (5G), inicialmente por um período limitado, tendo os três operadores anunciado, em janeiro de 2024, que iriam disponibilizar, sem custo extra, o 5G em todos os tarifários.
De acordo com a informação disponível, estima-se que, no final de 2023, 17,1% dos utilizadores de serviços móveis e 22,1% dos utilizadores de Internet móvel utilizaram a rede móvel 5G. O número de utilizadores de Internet móvel através de 5G totalizou 2,3 milhões, resultando numa penetração de 22,1 por 100 habitantes.
Tráfego 5G representou 10,3% do total do tráfego de dados móveis
Estima-se que, em 2023, o tráfego cursado em redes 5G representou cerca de 10,3% do total de tráfego de dados móveis, atingindo os 5,4 GB mensais por utilizador de Internet móvel 5G.
1 Acessos móveis ativos, incluindo por exemplo, planos de assinatura, planos de minutos, planos de mensalidades convertíveis em tráfego, etc., que se encontram habilitados a utilizar um dos serviços contratados e que efetivamente utilizaram um dos serviços contratados no período de reporte.
2 As aplicações Machine-to-Machine (M2M) recorrem às redes móveis e à Internet para operar, monitorizar e interligar máquinas e equipamentos (i.e., telealarme, telesegurança, telemetria, etc…). Estão associadas à designada Internet das coisas.
3 Trata-se de uma parcela dos 180,0 por 100 habitantes referidos no parágrafo anterior.
