3.1.1. DVB-T (Digital Video Broadcasting - Terrestrial)


O DVB-T começou a ser desenvolvido no início da década de 90, juntando as sinergias de diversas instituições de investigação científica europeias.

Esta norma de difusão digital, aliada ao desenvolvimento de formatos de compressão de vídeo digital, veio introduzir um enorme salto qualitativo, em termos de eficiência espectral, face às tecnologias analógicas existentes na altura, ao permitir a transmissão simultânea, num mesmo canal radioelétrico (de 7 ou 8 MHz), de vários serviços de programas televisivos.

Por outro lado, ao suportar-se num esquema de modulação baseado em múltiplas subportadoras (2k e 8k), designado por COFDM (Coded Orthogonal Frequency Division Multiplex) ou simplesmente OFDM, acrescentou uma maior resistência a interferências, comparativamente com os sistemas de transmissão analógicos, e uma maior imunidade à receção multipercurso. Foi, aliás, esta capacidade de lidar com o processamento de ecos provenientes de emissores relativamente distantes que abriu caminho à implementação de redes de frequência única (SFN - single frequency networks), em que os vários emissores da rede transmitem, em sincronismo, na mesma frequência. A adoção deste tipo de redes permite reforçar ainda mais a otimização dos recursos espectrais, embora implique maiores constrangimentos no planeamento das redes, nomeadamente ao nível da localização e da potência das estações que as compõem.

Adicionalmente, o recurso a mecanismos de correção de erros (Viterbi e Reed-Solomon) visa garantir, tanto quanto possível, a integridade do conteúdo difundido.

Em contrapartida, a implementação do DVB-T em redes de frequência múltipla (MFN - multiple frequency network), cujo planeamento se baseia na mesma filosofia que era seguida nas redes analógicas, permite prescindir praticamente dos requisitos de sincronismo (temporal), evitando os constrangimentos impostos ao nível da gestão da auto-interferência, mas sacrificando, por outro lado, a eficiência espectral, ao exigir mais canais radioelétricos do que no caso da SFN.