Liberalização dos correios enfrenta oposição


A tentativa da Comissão Europeia de acelerar a abertura dos serviços postais tem efectivamente sofrido fortes críticas de vários quadrantes. As reacções negativas fizeram-se sentir logo no final de Junho, quando o Comissário para o Mercado Único, Frits Bolkestein, apresentou ao Parlamento Europeu e ao Comité parlamentar para os Assuntos Regionais, Transportes e Turismo a proposta de Directiva de liberalização.
Toda a ala esquerda do Parlamento Europeu, num total de cerca de 100 eurodeputados do Grupo Socialista, da Esquerda Unida e dos Verdes, assinou um apelo centrado na preocupação de garantir um nível elevado de serviço universal, a manutenção do emprego no sector postal e do número actual de estações de correios.
O Parlamento Europeu questiona ainda os prazos com que se pretende introduzir a liberalização, (em duas grandes fases, em 2003 e 2007), mas Frits Bolkestein argumenta que o sector postal necessita de se modernizar e que a manutenção dos postos de trabalho só se fará se o sector ganhar o desafio da competitividade. Quanto ao serviço universal, o Comissário defende a sua manutenção nas zonas rurais e adianta que o seu finan-ciamento está garantido com uma fatia de mais de 50 por cento das receitas postais incumbentes.